quarta-feira, outubro 20, 2010

A justíssima avaliação extraordinária



A avaliação extraordinária do desempenho docente, em curso,
tem sido muito elogiada nos estabelecimentos de ensino e educação da RAM, sobretudo por ser justíssima na valoração de 1 ponto ao exercício de cargos de reconhecido interesse público ou de relevante interesse social, designadamente de autarcas, deputados, comissão de protecção de crianças e jovens em risco e dirigentes sindicais.

O contentamento é tão grande entre a classe docente que muitos deles admitem que vão se candidatar, nos próximos actos eleitorais, a essas funções por forma a também beneficiarem de tamanho reconhecimento, pois dar aulas ou exercer cargos nas estruturas intermédias das escolas, como de directores de turma ou delegado de disciplina, apenas vale 0,1, ou seja, zero e quase nada! Tomando consciência de que ser professor não tem relevante interesse público ou social, contrariamente ao que julgavam, os docentes vão procurar o reconhecimento do seu trabalho como deputados - até poderão finalmente desencadear as alterações legislativas que aguardam há muito em prol da classe -, autarcas e dirigentes sindicais.

As justificações do Xico Esperto e da Coordenadora do SPM para a situação de privilégio conferida aos referidos cargos mereceu grande aplauso dos professores e educadores, pois eles é que são os verdadeiros professores, os mestres, e «não têm outra maneira de ser avaliados», como referiu a dama, mesmo sabendo que bastaria apenas ter frequentado umas acções de formação para obter uma avaliação final de excelência, que foi o que aconteceu com o autor deste artigo, o qual recusou utilizar a referida valoração e obteve a classificação de Muito Bom.

Só que fazer formação e actualização é uma maçada para quem prefere as vantagens de abrir e fechar acções para outros...


Nota: imagem retirada de www.domingosmoreira.tv/blog/tag/avaliao.

terça-feira, outubro 05, 2010

Coitadinhos dos acusados de Santana!


Aquilo não se faz! Acusar ilustres figuras públicas que deram muito pelo município de Santana, como o Carlinhos, o Almadinha, o Pedrinho e o Candelariazinha, e pela Madeira, como o Luquinhas, é uma injustiça tremenda!
Eles não são burlões, contrariamento ao que o Ministério Público acusou. Eles limitaram-se a distribuir a famosa riqueza da Singapura do Atlântico pelos mais carenciados - uma espécie de Robim dos Bosques - já que a oferta de um campo de ténis a um hotel de colmo é um gesto de enorme solidariedade, justiça social e alcance turístico: acaba-se com a hotelaria de palheiro e aposta-se no turismo de qualidade...

Se era para acusar inocentes era melhor que a Justiça continuasse longe de Santana, que tem sido uma espécie de terra sem lei, ou melhor, ali vigora ainda a lei dos senhorios, que tão bons resultados tem apresentado.

A promiscuidade entre o que é público e privado sempre existiu neste concelho e é uma garantia de que o bem comum será sempre devidamente salvaguardado. Reparece-se no que ainda acontece na central de britagem que o Governo Regional alugou, nos Moinhos (Faial) à AFA para que esta empresa tivesse um estaleiro de apoio à construção da Via Expresso Faial-Santana. A obra está concluída há muito tempo, mas o espaço e o equipamento públicos continuam nas mãos dos particulares apenas para que possam zelar bem por ele... E, claro, ganhar uns cêntimos, porque a crise chegou a todos...

A prova de que esta investigação não deveria ter avançado é que a denúncia feita ao Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal não foi assinada pelos dois vereadores socialistas. Isto significa que também a oposição não era unânime nas suspeitas apresentadas. E não venham com insinuações de que também ela está feita com a maioria...

Espero, sinceramente, que os injustamente acusados compareçam no tribunal para provar a sua inocência, em vez de se esconderem nos habituais malabarismos da imunidade parlamentar, porque isso é próprio dos cobardes e não é o caso destes heróis da causa pública.