segunda-feira, junho 29, 2009

A "Caloirada"


Que maravilha! Vamos ter festa rija nos próximos tempos. É a tão desejada "Caloirada", que será experimentada na Costa Norte, antes de ser aplicada no resto da ilha, daqui a quatro anos, segundo as convincentíssimas afirmações do Cara Branca.

O Romeiro algarvio, por excesso de entusiasmo ou por conhecimento adquirido de peregrinações eleitorais anteriores, classificou a praxe autárquica de tourada. Não será um espectáculo inédito na RAM, mas terá seguramente o mesmo sucesso que o circo dos elefantes montados pelo domador-mor dos madeirenses, a não ser que se passe da destruição de viaturas de candidatos à sua eliminação pura, dura e simples, em plena arena eleitoral. O abate do touro nestas condições agradaria ao Pa-Pa Deus e aos socialistas descontentes com a actual Direcção (ou falta dela) do Partido do Soco, porque assim, finalmente, ficariam livres do Jocaveia. Todos ficariam agradecidos à terapia eficaz utilizada pelo ilustre médico.

Mas a "Caloirada" inclui também outros espectáculos imperdíveis. Em Santana, Moisés vai fazer com que a montanha venha até ele, ou melhor, até um mascarado daqueles da Festa dos Compadres mas muito parecido com este caloiro e colocado no mar alto, para assim obrigar o Pico Ruivo, o Pico do Arieiro e a Penha D`Águia a se esticarem até ele, conseguindo assim tornar o relevo do concelho menos acidentado, logo mais propício ao incremento da agricultura e do turismo.

No outro concelho nortenho, as praxes serão também animadas, já que o caloiro escolhido pelo Cara Branca, pela sugestão do seu nome, é garantia de espectáculo para homens de barba rija, designadamente far-west, com armas tipo valter, e correadas a quem for demasiado seguidista da orientação partidária.

Dada a qualidade das praxes da "Caloirada", é de esperar muitos comas alcoólicos, veementes protestos das associações protectores dos direitos dos animais e da Igreja Católica, ofendida com a utilização abusiva do epsiódio biblico na campanha eleitoral. Isto promete!

segunda-feira, junho 22, 2009

Ainda as Europeias: PS-M ganha na Madeira


Passadas duas semanas sobre a data das Eleições Europeias, tempo mais que suficiente para efectuar uma avaliação rigorosa dos resultados eleitorais e das reacções aos mesmos, importa fazer a análise que ninguém teve coragem de referir publicamente até agora, a nível regional.

Todos os analistas referiram o estrondoso sucesso de Nuno Caxeira (PSD-M), nomeadamente pelo facto de lhe ter saído um autêntico euromilhões, já que passará a ganhar mais de 7.000 euros mensais.

Também reconheceram o relativo êxito de Lopes da Fonteseca (CDS/PP-M), excepto Zé Manel Rodriguinhos, que o ofuscou na noite eleitoral ao anunciar que será ele o cabeça-de-lista às Legislativas Nacionais.

Igualmente consideraram que a CDU e o BE obtiveram votações muito positivas, a ponto do Único Importante ter afirmado que o crescimento da extrema esquerda era uma ameaça à democracia. Como não disse a que país ou região se referia, deduzimos que se reportava à Bélgica, que é o país que conhece melhor, por lá passar imenso tempo. E como não podia estar a referir-se ao seu país e muito menos à sua região, onde a democracia é uma miragem...

Os 14,68% do PS-M foram, pelo contrário, classificados como desastrosos e prenunciadores de derrotas históricas nas próximas Legislativas Nacionais e Autárquicas. Nesta apreciação estiveram em sintonia comentadores políticos e opositores à liderança da actual Direcção socialista madeirense. Quem imaginaria que fosse possível esta comunhão de ideias? Habitualmente costuma acontecer o contrário, ou seja, fazedores de opinião de um lado e dirigentes socialistas do outro. Fazendo, porém, uma análise mais minuciosa aos argumentos apresentados pelos detractores de Jocaveia, conclui-se que esta convergência de opiniões resulta de um erro crasso de interpretação política dos resultados por parte dos contestatários socialistas, lapso esse que explica a aproximação de posições entre estes e a comunicação social madeirense, que cumpriu o seu papel habitual de manipulação dos números a favor da maioria.

Na verdade, o PS-M ganhou as eleições europeias na Madeira, porque a percentagem baixíssima de votos que obteve é um sintoma de que o desgaste do (des)Governo do engenhoso Sócorta também teve expressão na Madeira, o que pressagia uma mudança de cor na governação nacional, única garantia de crescimento dos socialistas madeirenses. É aqui, pois, que reside a vitória do PS-M nestas eleições, que será provavelmente confirmada nas Legislativas Nacionais. Aliás, Jocaveia, quando reafirmou na noite eleitoral que conta disputar as Legislativas Regionais de 2011 em pé de igualdade com o PSD-M, sem explicar como é que vai inverter a tendência decrescente das últimas votações, tinha seguramente em mente as vantagens, no plano regional, decorrentes do combate que o seu partido, a nível nacional, desencadeará contra um previsível governo liderado por Manela Ferra Sem Jeito. Já o Jota Serrote beneficiou imenso de uma conjuntura similar à que Jocaveia deseja, embora não o tenha admitido, o que o levou a não compreender o estrondoso terramoto eleitoral nas últimas Legislativas Regionais.

Tudo o que se tem visto em termos de combate interno à liderança de Jocaveia só vem reforçar a sua posição, porque quanto menor for a votação no PS-M, nos próximos dois actos eleitorais, maior será a margem de crecimento deste partido numa conjuntura de combate a governos laranja. Isto é, se ele conseguir segurar a liderança até 2011, mesmo que só ele e Gostinho Só-Ares votem no PS-M, basta conseguir mais dois votos para festejar um crescimento do partido na ordem dos 100%...

terça-feira, junho 16, 2009

A recuperação do tempo de serviço


Aconteceu o imprevisto. A maioria par(a)lamentar da ALRAM surpreendeu os docentes e demais trabalhadores da administração pública regional ao permitir a recuperação do tempo de serviço "congelado", contrariando todas as melhores expectativas.


Na sessão plenária de hoje, foi apresentada e apreciada a Petição do SPM por parte dos grupos parlamentares. Na ocasião, o deputado-quase-não-docente, George Moreia, apresentou a posição do seu partido, dizendo que este concordava em absoluto com a justíssima reivindicação apresentada, em sinal de gratidão pela votação expressiva na sua força política, nas Europeias, em que os professores e funcionários públicos seguiram o sentido de voto da população em geral. Mais acrescentou que o seu partido sempre foi pela recuperação do tempo passado, o tal do «quero, posso e mando», também conhecido como Estado Novo, que é o equivalente a Madeira Nova.


Lembrou ainda o referido amicíssimo dos trabalhadores da administração pública regional que a maioria par(a)lamentar é fã dos versos imortais de António Mourão «Ó tempo, volta para trás, traz-me tudo o que eu perdi...». Daí a sua solidariedade com os peticionários, mesmo que isso implique meter na gaveta a autonomia, classificada pelo referido tribuno, como mentalidade subversiva e perigosa.


Quanto à operacionalização da recuperação do referido tempo de serviço, o par(a)lamentar explicou que o Governo Reinol iria adquirir a Máquina do Tempo, tecnologia avançada e testada no cimema com resultados espantosos, que garante a obtenção do mesmo de forma imediata, sem ter que andar com faseamentos como se verifica na Região Atrasada dos Açores.


A oposição contestou esta decisão do Grupo Par(a)lamentar do Pa-Pa-Deus, como é seu timbre, alegando que tal decisão pode trazer problemas de intercomunicabilidade e orçamentais, difíceis de compreender em tempos de crise.


Migeleia Unha-de-Fome, o famoso jornalista que, na véspera, na televisão ajardinada havia manifestado opinião contrária à que foi tomada na Assembleia Arregimentada, ao tomar conhecimento da decisão da maioria quando cobria em directo a referida sessão plenária, disse em altos berros que lamentava o que ia afirmar - «é uma hipocrisia social, um egoísmo lamentável» - mas que podiam contar com a sua mudança de opinião e consequente pedido de desculpas na semena seguinte.


Quem não se fez rogado com tamanha prenda de bom comportamento foi o SPM, que estava concentrado no exterior do edifício da Assembleia, com milhares de docentes. Assim que tomaram conhecimento da decisão da maioria par(a)lamentar, aprovaram uma moção de apoio e decidiram dar conferências de imprensa para agradecer a boa vontade do Pa-Pa-Deus, durante o mesmo número de dias que recuperaram (28 meses)...

segunda-feira, junho 08, 2009

A noite de glória da Ludrinhas


Ela dormiu mal na noite que antecedia a grande consagração. Teve um pesadelo. Sonhou com o horticultor de oliveiras, em que este procurava demonstrar que o excelente resultado que o estudo de opinião da Eurosocrates previa para o PS se devia, segundo os inquiridos da amostra virtual, ao sucesso das políticas educativas. Como consequência, ela tinha que ir para o Parlamento Europeu, ao que ela se opunha, porque ainda tinha muito que fazer no seu M. E. (Máximo Engano). Como a discussão tivesse sido intensa, acordou a dar murros na parede, julgando que estava a atingir o referido especialista em sondas virtuais.

Quem a viu sair de casa, ao fim da tarde, toda perfumada, bem maquilada e exemplarmente bem vestida e calçada, não imaginava a má noite passada, antes antevia mais uma grande festa em que a vizinha iria deixar de lado o seu habitual aspecto pesado e carrancudo.

Passado, porém, algum tempo - o suficiente para ir votar e dirigir-se ao Hotel dos Momentos Altos - se a viram na reportagem televisiva, à entrada do local da grande consagração, certamente aperceberam-se da mudança de estado de espírito da Ludrinhas. De facto, foi como mudar do dia para a noite. Ao pedido de comentário dos jornalistas aos resultados da sondagem real, a trombuda festeira reage de forma ríspida: «Deixem-me passar!». E lá foi ela, toda arisca, para o interior do salão de festas exibir o seu estatuto de mulher respeitada e determinada, à imagem do seu protector, o engenhoso Socas.

Como nas Presidenciais, Ludrinhas teve um grande desgosto, quando lhe comunicaram que não havia motivos para festejar. Ainda procurou o horticultor de oliveiras para descarregar nele, como no pesadelo, toda a sua raiva, mas não o viu. Não lhe restou alternativa senão regressar a casa. Mas lá continuava o espectáculo inesquecível: num canal de televisão, o seu colega Santos Saliva era interpelado, em directo, perante todo o país, de forma humilhante:


- Então, sr. ministro, hoje está muito calado...


Ludrinhas não se conteve. Pegou num sapato e estilhaçou a televisão. Chorou durante muito tempo até adormecer. Voltou a sonhar, mas desta vez, talvez por sugestão da destruição em casa ou no país, o protagonista era um elefante a passear numa loja de cristais...

domingo, junho 07, 2009

Europeias: que grande pontapé!


O povo português deu um grande pontapé nas políticas desastrosas de Socas, nas Eleições Europeias de 7 de Junho. Agora percebe-se o porquê da não marcação de golos com o pé no jogo de ontem de Portugal frente à Albania: foi reservado para o monumental xuto no principal responsável pela má governação. Mas não foi só pontapé. Houve também muita cabeça neste jogo com três partes. Para já, no final da primeira parte, vence a (re)Vitalização da democracia portuguesa e a vontade de mudança de políticas.

As duas partes em falta - autárquicas e legislativas - ganharam outro interesse, depois das europeias, porque Socas, nas declarações à comunicação social, na hora em que finalmente desceu à terra, prometeu manter tudo como está em termos de governação. Nós, os docentes, também concordamos - apenas desta vez - que os tempos que antecedem as eleições legislativas não são propícios a mudanças de ministros e de políticas, muito menos na área da Educação.

Na verdade, seria uma chatice mudar a ministra da Educação para apenas ser outra cara mais simpática a nos desejar boas férias... Já agora, engenhoso Socas, deixe a pobre da Ludrinhas ir a votos, porque os docentes ainda terão força para lhe aplicar um pontapé idêntico ao das europeias.

Se para as legislativas anteriores o slogan de campanha era «Voltar a Acreditar», depois do resultado da parte jogada nestas Europeias, não há dúvida de que todos os portugueses têm razões acrescidas para voltar a acreditar na potência do seu remate... Não é por acaso que escolheram Eusébio e Ronaldo como seus reis...

sábado, junho 06, 2009

Concurso da RAM para Docentes


Aí está o famoso Concurso da RAM para docentes. Depois de um parto difícil, em que a parteira (ALRAM) e o poder supremo preferiram desafiar as leis da Natureza, finalmente os educadores e professores podem concorrer às míseras vagas disponibilizadas pela SREC, sem garantias de que os resultados finais sejam definitivos.

Lembramos que, devido ao desentendimento entre o republicano Diniz - parece este também querer ficar na história não por razões de lavoura como o seu homónimo monarca mas por motivos de loucura jurídico-constitucional - e a parturiente (PSD-M), poderemos, daqui a alguns anos, concluir que tudo isto foi mais uma brincadeira de mau gosto dos decisores políticos, cujas consequências nos inocentes, vulgo docentes, poderão ter repercussões graves. Nessa altura, esperemos que não assobiem para o lado.

Se é masoquista, saiba como concorrer em:




sexta-feira, junho 05, 2009

Europeísmo anima docentes portugueses


As eleições europeias do próximo dia 7 têm servido para a classe docente portuguesa conhecer melhor a realidade profissional dos colegas europeus. Claro que não tem sido a Campanha eleitoral que lhes tem proporcionado esse conhecimento, porque ela tem servido essencialmente para debater a política interna, já que é inevitável o ajuste de contas com a governação nacional já neste acto eleitoral. O que tem levado os educadores e professores amicíssimos de Maria Lurdes Rodrigues a tomarem conhecimento da forma como os seus homólogos europeus são tratados pelos respectivos governos é apenas o desejo de se exilarem, a sua ânsia de encontrarem uma solução que os dignifique e valorize profissionalmente, mesmo que isso implique ter que abandonar a Pátria. Se os eurodeputados abandonam o país, então, os docentes também acham que o podem fazer sem grandes problemas de consciência patriótica, porque mais do que portugueses são europeus como os tais eleitos.

A decisão de optar pelo estrangeiro ganha força, sobretudo quando descobrem que até os nossos históricos inimigos daqui do lado, os tais que não tinham consideração pela lusitana gente, do tal sítio donde não vem «nem bom vento nem bom casamento» conseguiram prestar uma homenagem digna aos docentes espanhóis como podemos ver em:




Afinal, a Europa está tão perto e tão longe dos portugueses...

quinta-feira, junho 04, 2009

A intolerância de ponte


Há coisas que não lembram ao Diabo. Então não é que querem impor aos educadores de infância a tolerância de ponto no próximo dia 12, como acontecerá com todos os funcionários públicos?! Os briosos profissionais da Educação ficaram indignados com tamanha intolerância de ponte e solicitaram a intervenção do seu sindicato, pois não aceitam ser dispensados em mais um dia de trabalho, já que sabem que nesta data a função social que prestam às famílias que têm crianças nos jardins de infância e creches será ainda mais requisitada do que habitualmente. Para além das funções de educadores, contam prestar serviços de assistência social, de psicologia, de enfermagem, de medicina e de autênticos pais e mães, uma vez que os verdadeiros estarão muito ocupados com a praia, as compras, o cabeleireiro, o cinema, as almoçaradas,... Atendendo a este volume de serviço previsível, opõem-se ao presente envenenado que o Governo Regional lhes pretende proporcionar, pois receiam que esse dia pode ser mais uma ponte para a desvalorização da sua função, logo para a sua dispensa.

Os lesados, através da sua organização de classe, recorreram à providência divina, figura jurídica habitualmente usada com sucesso na Madeira quando se pretende contestar as decisões do todo poderoso Aberto-Não-Ao-Fim.

Segundo uma informação de última hora, os cerca de 200 educadores tencionam marcar uma reunião com Francisco Cervantes para o sensibilizar para a sua causa, recorrendo ao argumento de que por cada dia sem lerem as histórias infantis dele equivalerá a menos vendas das mesmas, logo a mais um contributo para agravar a crise.

terça-feira, junho 02, 2009

Planos de Recuperação para o Governo


O inefável Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, anunciou que os Planos de Recuperação para alunos com dificuldades serão alargados ao Secundário, como espécie de milagre pedagógico para garantir aproveitamento escolar a quem, em condições normais, dificilmente transitaria.

Esta medida decorre do alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano e servirá para mascarar as estatísticas oficiais, permitindo a Portugal apresentar-se como um aluno de sucesso no contexto europeu. Pouco importará se os resultados correspondam efectivamente a competências efectivamente adquiridas. O importante será passar, passar e passar para ficar bem na fotografia. O resto é conversa.

Quem não está pelos ajustes é a classe docente, que começa também a pensar em solicitar Planos de Recuperação para si própria, ou seja, quer também merecer uma atenção especial por forma a recuperar do estado de desânimo, de revolta e de cansaço em que se encontra, devido às políticas educativas infelizes que os sucessivos governos, e em especial o actual, têm vindo a implementar.

Muitos dos docentes que actualmente aplicam Planos de Recuperação aos seus alunos, perante a possibilidade de os estender ao Secundário, ficaram em estado de choque. É que andar à procura de melhorias e progressos em alunos que não querem nada com a escola, por mais que se tente motivá-los, é tão inglório como convencer Maria Lurdes Rodrigues do fracasso das suas medidas governativas. Aliás, tanto para alunos desmotivadas como para este Governo não há Planos de Recuperação que os salve. Para bem deles e de todos nós, a única solução é aplicar a receita daquela figura cómica de «Os Contemporâneos»:


- Vão mas é trabalhar!


E os docentes acrescentam:


- ...para o mais longe possível da Educação!


Manter nas escolas secundárias alunos que não querem trabalhar é o mesmo que renovar o mandato governamental deste Governo: só vão estragar o pouco de bom que ainda resta!

Confirma-se perigo de partidarização do SPM


A questão da partidarização do Sindicato dos Professores da Madeira, um dos temas mais polémicos da campanha eleitoral para os corpos gerentes da maior organização de classe dos docentes que exercem funções na RAM, afinal fazia todo o sentido, tendo em conta dados recentemente tornados públicos em que se prova que há ligações "perigosas" entre a candidatura socialista ao Parlamento Europeu e a actual Direcção do SPM.

Na verdade, na edicação de 26 do Maio do DIÁRIO, a notícia que aborda os nomes indicados pelo PS-M para a Comissão de Honra Nacional das "europeias", faz-se referência a duas figuras que integraram o projecto de continuidade encabeçado por Marília Azevedo. Referimo-nos a Humberto Fournier (músico), actual dirigente do SPM, e Adília Andrade, referenciada por Maria Adília Melo e apoiante assumida da actual Direcção, como se pode verificar na transcrição abaixo:


«A lista de elementos da comissão de honra também inclui elementos ligados à cultura, como Humberto Fournier (músico). Completam a lista Francisco Ribeiro (oficial de operações portuárias), João Bosco (médico), João Evangelista (empresário), Manuel Lira Caldeira (funcionário de finanças), Maria Adília Melo (professora), Paulo Santos (enfermeiro) e Pedro Costa Neves (médico).»


Esta notícia surpreendente demonstra que a "carapuça" do pergigo de partidarização que Marília Azevedo acusou a lista B de enfiar, perante as insinuações lançadas pela sua candidatura, corresponde, de facto, a uma precipitação de interpretação por parte dos seus opositores. Agora, ficámos a saber que a inistência dela na independência do SPM não era um recado para a lista B, mas tão-só um aviso para dentro da sua própria equipa como se constata.

Havia, de facto, razões para Marília Azevedo temer pela partidarização do SPM, ainda por cima quando tal decorre do apoio a Vital Moreira, figura muito contestada pelos docentes, devido a um conjunto de ideias polémicas que alegadamente defendeu contra estes, destacando-se as seguintes:


- Que não existe qualquer razão para que os professores não sejam avaliados para efeitos de progressão na carreira;


- Que os professores não gozam de direito de veto em relação às leis do país, nem podem auto-isentarem-se do seu cumprimento, pelo que não é aceitável qualquer posição que implique resistência à aplicação do actual modelo de avaliação;


- Que o governo não pode ceder às exigências dos professores, devendo antes abrir processos disciplinares a todos aqueles que ponham em causa a concretização da avaliação dos docentes tal como foi congeminada pelo Ministério da Educação;


- Que o governo, na batalha contra os professores, deve esforçar-se por chamar a si a opinião pública, isolando, desta forma, a classe docente.


Realmente, era caso para tamanho alarido...