quarta-feira, dezembro 22, 2010

Elevada responsabilidade nas tragédias!



Estou muito sensibilizado com o elevadíssimo sentido de responsabilidade da classe política alaranajada madeirense, evidenciado nas catástrofes naturais que assolaram a Madeira, desde 20 de Fevereiro. Ainda temos políticos que sabem assumir as suas culpas. A Madeira é exemplo nacional nesta matéria, o que não surpreende tratando-se de um povo superior...


Os trágicos acontecimentos de 20 de Dezembro que levaram à destruição de bens materiais avultados no Curral das Freiras demonstram a qualidade excepcional dos nossos governantes e autarcas. Mal a desgraça aconteceu, foram aos locais mais afectados e pediram a demissão por não terem dado ouvidos às reclamações populares, expressas em abaixo-assinados, há algum tempo.

Os incêndios de Verão, que devastaram parte significativa da laurissilva, também mereceram idêntica atitude de quem de direito, em especial do Director Regional das Florestas e dos responsáveis pela Protecção Civil. Aliás, esses actos de contrição deixaram a oposição sem jeito, pois ficou sem culpados para apontar, ou seja, foi chamuscada juntamente com os ambientalistas

Mas foi, essencialmente, em 20 de Fevereiro que estes gestos de humildade dos responsáveis pela "coisa pública" causaram maior perplexidade, pois até então não se viu demissões de responsáveis políticos nesta Região. Jardim deu o exemplo e seguiram-se secretários regionais e Presidentes de Câmara, por terem permitido construções em linhas de água e zonas de risco. Com tal elevado sentido de responsabilidade, toda a oposição ficou sem capacidade para se aproveitar da desgraça alheia.

Mais extraordinário ainda foi ouvir Jardim dizer, no Jantar de Natal da família social-democrata, que não se vai recandidatar à liderança do seu partido porque já não consegue garantir a renovação nos quadros dirigentes. Isto é que é desapego ao poder e capacidade de saber o momento certo de abandonar a actividade política! Como admiro esta casta alaranjada de políticos superiores madeirenses!

Nota: foto de http://geia-deusaterra.blogspot.com/2009/07/curral-das-freiras.html



sexta-feira, novembro 19, 2010

Auteridade, Greve Geral e FMI: tudo inevitável!





A auteridade imposta pelos PEC´s e pelo Orçamento de Estado para 2011 foi classificada pelo Governo de Salvação Nacional (PS, PSD e Presidência da República) de inevitável. Em resposta, as centrais sindicais também consideram uma inevitabilidade a Greve Geral de 24/11. Os portugueses em geral, porque não acreditam na eficácia destas medidas e lutas, avançam com outra solução incontornável para os problemas económicos e financeiros do país: chamem o FMI!


Nas últimas eleições legislativas nacionais, fartos dos tiques pouco democráticos do Governo do engenhocas Socas, festejámos a perda da maioria absoluta, convencidos que o diálogo iria substituir a arogância e o
quero-posso-e-mando. Ainda ficámos mais confiantes das virtudes dos governos minoritários quando a maioria parlamentar na Assembleia da República forçou os governantes a "engolir em seco" algumas medidas contrárias às suas vontades, em especial na área da Educação. Porém, passado pouco tempo, perdemos essa janela de esperança, devido à colagem do PSD às medidas governamentais - o tal Centrão dos Interesses. Isso viu-se no PEC II e, agora, na aprovação do Orçamento de Estado, com a benção do sr. Silva e, mais incrível ainda, abstenção dos deputados do PSD-M, apesar de toda a gritaria do Papadas.

Perante tamanho ataque aos bolsos dos portugueses, em nome da inevitável austeridade, cuja responsabilidade é atribuída à crise económica e financeira, a CGTP-IN e a UGT não podiam deixar de se entender quanto à convergência na inevitável Greve Geral do próximo dia 24, pois os motivos para a luta são mais do que muitos. As centrais sindicais estão cientes de que a razão está do lado delas, até porque estudos de opinião referem que a maioria da população concorda com esta forma de luta, apesar de menos de 20% manifestar intenção de aderir à mesma. O que será que leva a esta discrepância? Por que razão uma greve inevitável não conduz à inevitabilidade da adesão à mesma? Será a falta de garantias, quanto a recuos do Governo, já que também admite que as inevitáveis medidas tomadas são duras, mas já tem o apoio parlamentar suficiente para as implementar? Ou será por já ter percebido que esta forma de pressão só poderá ser útil para avisar o futuro Governo de Portugal, já que o actual tem os dias contados, mas para tal ainda teremos novas eleições, onde esse sinal deverá ser dado de forma clara?

Mas, para além das dúvidas quanto à eficácia da inevitável Greve Geral, como protesto à invevitabilidade da austeridade, passe a redundância, ainda surge outra inevitabilidade: chamar o FMI para pôr ordem nas contas públicas portuguesas, pois o Centrão dos Interesses manifestamente não é capaz de cumprir esse desiderato.

Assim, perante tanta inevitabilidade, o que é que posso evitar como cidadão, trabalhador e patriota? Nas minhas mãos está apenas a decisão de aderir à Greve Geral, evitando que o País me pague mais um dia de salário...

quarta-feira, outubro 20, 2010

A justíssima avaliação extraordinária



A avaliação extraordinária do desempenho docente, em curso,
tem sido muito elogiada nos estabelecimentos de ensino e educação da RAM, sobretudo por ser justíssima na valoração de 1 ponto ao exercício de cargos de reconhecido interesse público ou de relevante interesse social, designadamente de autarcas, deputados, comissão de protecção de crianças e jovens em risco e dirigentes sindicais.

O contentamento é tão grande entre a classe docente que muitos deles admitem que vão se candidatar, nos próximos actos eleitorais, a essas funções por forma a também beneficiarem de tamanho reconhecimento, pois dar aulas ou exercer cargos nas estruturas intermédias das escolas, como de directores de turma ou delegado de disciplina, apenas vale 0,1, ou seja, zero e quase nada! Tomando consciência de que ser professor não tem relevante interesse público ou social, contrariamente ao que julgavam, os docentes vão procurar o reconhecimento do seu trabalho como deputados - até poderão finalmente desencadear as alterações legislativas que aguardam há muito em prol da classe -, autarcas e dirigentes sindicais.

As justificações do Xico Esperto e da Coordenadora do SPM para a situação de privilégio conferida aos referidos cargos mereceu grande aplauso dos professores e educadores, pois eles é que são os verdadeiros professores, os mestres, e «não têm outra maneira de ser avaliados», como referiu a dama, mesmo sabendo que bastaria apenas ter frequentado umas acções de formação para obter uma avaliação final de excelência, que foi o que aconteceu com o autor deste artigo, o qual recusou utilizar a referida valoração e obteve a classificação de Muito Bom.

Só que fazer formação e actualização é uma maçada para quem prefere as vantagens de abrir e fechar acções para outros...


Nota: imagem retirada de www.domingosmoreira.tv/blog/tag/avaliao.

terça-feira, outubro 05, 2010

Coitadinhos dos acusados de Santana!


Aquilo não se faz! Acusar ilustres figuras públicas que deram muito pelo município de Santana, como o Carlinhos, o Almadinha, o Pedrinho e o Candelariazinha, e pela Madeira, como o Luquinhas, é uma injustiça tremenda!
Eles não são burlões, contrariamento ao que o Ministério Público acusou. Eles limitaram-se a distribuir a famosa riqueza da Singapura do Atlântico pelos mais carenciados - uma espécie de Robim dos Bosques - já que a oferta de um campo de ténis a um hotel de colmo é um gesto de enorme solidariedade, justiça social e alcance turístico: acaba-se com a hotelaria de palheiro e aposta-se no turismo de qualidade...

Se era para acusar inocentes era melhor que a Justiça continuasse longe de Santana, que tem sido uma espécie de terra sem lei, ou melhor, ali vigora ainda a lei dos senhorios, que tão bons resultados tem apresentado.

A promiscuidade entre o que é público e privado sempre existiu neste concelho e é uma garantia de que o bem comum será sempre devidamente salvaguardado. Reparece-se no que ainda acontece na central de britagem que o Governo Regional alugou, nos Moinhos (Faial) à AFA para que esta empresa tivesse um estaleiro de apoio à construção da Via Expresso Faial-Santana. A obra está concluída há muito tempo, mas o espaço e o equipamento públicos continuam nas mãos dos particulares apenas para que possam zelar bem por ele... E, claro, ganhar uns cêntimos, porque a crise chegou a todos...

A prova de que esta investigação não deveria ter avançado é que a denúncia feita ao Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal não foi assinada pelos dois vereadores socialistas. Isto significa que também a oposição não era unânime nas suspeitas apresentadas. E não venham com insinuações de que também ela está feita com a maioria...

Espero, sinceramente, que os injustamente acusados compareçam no tribunal para provar a sua inocência, em vez de se esconderem nos habituais malabarismos da imunidade parlamentar, porque isso é próprio dos cobardes e não é o caso destes heróis da causa pública.


segunda-feira, setembro 20, 2010

Reconstrução e reflorestação: negócios solidários



A reconstrução e reflorestação da Madeira são oportunidades únicas dos empresários do regime efectuarem negócios altamente solidários. E ainda há quem os acuse de serem insensíveis a tudo o que não dá lucro... Que ingratos!

Vejamos dois exemplos. Na ribeira da Ponta do Sol, a extracção de pedra e inertes faz-se com grande afã. Máquinas e camiões seleccionam o material que deve seguir para a Marina do Lugar de Baixo, o tal cemitério subaquático de dinheiros públicos. Para não estragar ainda mais a orla costeira referida, em vez de serem transportadas as pedras maiores para o pontão protector da marina, dá-se prioridade às de menores dimensões, sendo levadas as melhores para as britadeiras do patrão, que as há-de transformar em farinha. Reduzidas a inertes, não voltarão a fazer destruição! Isto é que é preocupação com o interesse comum! Mais: isto é solidariedade com os cofres da Região!

Outro caso de negócio excepcionalmente solidário é o da reflorestação, em que a figura pública governamental mais mediática, no que às questões do rochedo silvestre diz respeito, garante que podemos ficar sossegados com os meios existentes para combater os incêndios, até porque, nos casos de ineficácia não assumida dos mesmos, concorrerá com a sua empresa para tratar da flora santa do nosso paraíso.

Em suma, podemos ficar sossegados quanto a eventuais intempéries e incêndios. A solidariedade dos empresários do regime salva-nos!...

P.S.: Foto retirada de olhodefogo.blogspt.com.

terça-feira, agosto 31, 2010

Crónica de um aprendiz de bombeiro


No dia 30 de Agosto, acordei por volta das 10.00, como é habitual em tempo de férias. Liguei o rádio e ouvi o apelo de Rui Moisés, Presidente da Câmara Municipal de Santana, solicitando a colaboração de voluntários para combater o incêncio que lavrava na zona do Ribeiro Frio. Depois de uma breve hesitação, decidi dar o meu contributo cívico em prol da defesa da laurissilva madeirense, justamente classificada de Património da Humanidade.

Vesti roupa apropriada, calcei umas botas todo-o-terreno, tomei um pequeno almoço ligeiro, arrumei uma mochila com alimentação ligeira e alguns líquidos, fui buscar uma enxada à arrecadação e parti, a toda a velocidade, com destino ao "pulmão" em chamas, numa zona que me habituei a ver verde, desde a adolêscencia, nomeadamente nas viagens escolares Faial-Funchal e vice-versa.

Como vivo no Funchal, segui o trajecto antigo, ou seja, subi o Monte, pela estrada regional, passando pelo Poiso. Durante o percurso, feito pela primeira vez após o incêndio que carbonizou o Parque Ecológico do Funchal e arredores, fiquei com maior vontade de colaborar nesta acção cívica, dada a enorme dor que a paisagem queimada me causava.

Sintonizei a RDP-M, Antena 1, e, às 11.00, o pedido de voluntários para combater os incêndios nos Balcões do Ribeiro Frio mereceu destaque no Noticiário nacional, o que me deixou ainda mais preocupado e mobilizado para a responder ao apelo. O cenário que me rodeava, antes de chegar ao Montado do Pereiro - perto da Herdade Chão da Lagoa - fez-me lembrar filmes de guerra, em tudo morre em combate, uma espécie de mega cemitério. Ainda me questionei se os fogos florestais tinham sido responsáveis inclusive pela alteração da toponimia...

Acelerei o mais que pude e comecei a descer do Poiso para o Ribeiro Frio, vislumbrando ao longe algumas nuvens de fumo ligeiramente claro, o que me fez deduzir que não poderia ser assim tão grave a situação que me esperava.

Chegado à zona comercial do meu destino, identifiquei apenas um carro dos Bombeiros Voluntários de Santana e pressenti que deveria estacionar naquele local o meu automóvel. Assim fiz e dirigi-me à levada dos Balcões, uma das principais atracções turísticas do concelho e talvez da RAM, que se encontrava aberta às visitas. Ao longo da caminhada, deparei-me com vários turistas, o que me fez concluir que os incêndios ameaçadores de que ouvira falar na rádio ainda estariam muito longe.

Estava enganado, já que, depois de contornar dois ou três vales pequenos, finalmente encontrei bombeiros, políticos, guardas florestais, populares e repórteres, junto a um bar, localizado mesmo na babujinha da levada. Do fogo, nada.

Cumprimentei o sr. Presidente da Câmara, o sr. Comandante dos Bombeiros e alguns populares. Perguntei-lhes em que poderia ser útil e um político local encaminhou-me para uma zona onde estavam a cortar árvores e arbutos, tendo em vista fazer um corta-fogo e "aceiros" para impedir que as chamas descessem até junto da levada e do referido estabelecimento comercial, cujo proprietário evidenciava algum nervosismo. Logo percebi o porquê do alarme.

No breve trajecto até ao local dos trabalhos, o meu anfitrião, conhecedor do meu espírito crítico, não resistiu ao impulso da má-educação e disparou:

- Se é para criticar como aqueles que estão acolá, não é preciso!

Fiquei bloqueado com tamanha falta de chá e, passados alguns segundos, disse-lhe que apenas vinha ajudar, respopndendo ao apelo lançado na rádio. Ele indicou-me o guarda florestal e os bombeiros. Como ninguém me deu uma tarefa concreta para fazer, não resisti à tentação de conhecer os críticos que tanto incomodavam o político local. Aproximei-me do fotógrafo de um órgão de informação e de outro popular que o acompanhava. Mal encetámos diálogo, em cinco minutos, se tanto, fizemos o ponto da situação, relativamente ao problema dos incêndios na RAM, tendo-se destacado as declarações bombásticas de Rocha da Silva, na véspera, em que insinuou que o recurso a meios aéreos para combater os incêndios florestais era do interesse do "lobby" dos helicópteros. Rapidamente, o jardinismo e a sua vã tentativa de sacudir responsabilidades nesta matéria e noutras levou o popular a desabafar:

- O Jardim devia era estar aqui a apagar incêndios para ver como é... Como é possível terem passado duas semanas e ainda não terem conseguido acabar com este lume?!

Não pude deixar de concordar, mas resolvi cumprir com a missão que tinha assumido: responder ao apelo. Nesse sentido, disse-lhes que não adiantava, agora, criticar, que a prioridade era combater o fogo. E lá fui para mais próximo dos trabalhos. Nisto, o Comandante chegou com mangueiras e motores, pedindo para que fosse feito ali, dentro da levada uma espécie de poço, donde seria levada água para apagar o fogo que não víamos.

Foi a oportunidade para começar a ajudar. Peguei na enxada e pus-me a tapar a levada seca. Outro popular fez o mesmo, uns metros mais adiante, até que a água chegou numa mangueira. Num ápice, fez-se chegar o precioso líquido ao cimo da encosta, graças à ajuda de um motor.

Mas não me sentia totalmente satisfeito, passando a maior parte do tempo, na levada dos Balcões, apenas a enrolar mangueiras e a desimpedir a passagem da água. Queria apagar fogo!

O meu desejo concretizou-se - e de que maneira! - daí a pouco, quando começámos a ver uma mancha negra de fumo e a ouvir um ruído de labaredas a deflagrar no topo da encosta, um pouco mais a leste do corta-fogo. Rapidamente, um valente bombeiro trouxe um motor e mangueiras para tentar levar água até ao foco de incêndio, mas a potência da máquina não era suficiente para a fazer chegar ao local pretendido. Como já, finalmente, tinha subido um pouco da encosta para auxiliar no transporte do equipamento, perante a ineficácia do mesmo, perguntei ao sr. Comandante se não era preferível tentar dominar o fogo manualmente, através de enxadas, pás e ramos de folhas verdes. Como ele não se opôs à sugestão, já que não disse nada, resolvemos subir a íngreme encosta ao encontro das chamas.

O fotógrafo, mesmo sem calçado apropriado, seguiu o exemplo, mas com o intuito de cumprir o seu dever profissional. Eu afastei-me dele e fui ao encontro do poderoso vermelhão que me atraía um pouco acima. Aproximei-me das chamas, mas fui obrigado a recuar, tal era a elevada temperatura que se libertava das mesmas, devido à combustão de troncos de acácias. Rapidamente, concluí que não poderia combater essa frente do incêndio florestal que descia a encosta, batendo nas labaredas com ramos verdes. Então, peguei numa pá que um jovem voluntário utilizava, enquanto ele foi buscar outra, e comecei a atirar-lhes terra e a afastar tudo o que era passível de ser facilmente queimado: folhas secas, troncos e ramos de árvores mortas. Ao fim e ao cabo, pus-me a fazer uma espécie de "aceiro", que foi decisivo para que o fogo não se propagasse.

Depois de verificar que o fogo estava controlado, comecei a descer a encosta e reencontrei os outros voluntários que faziam o mesmo. Passado algum tempo de vigilância, com alguns sustos à mistura, pois de vez em quando ouvíamos ruídos assustadores de pedras e troncos encadescentes que se soltavam e ameaçavam não só a nossa integridade física mas também o reacendimento do incêndio, regressámos à levada, acompanhados pelo tal político local que ficou admirado por me reencontrar, exclamando «Você ainda está cá?! É um combatente!». Apenas retorqui que nunca fiz outra coisa na vida. Com ele e alguns voluntários, confirmámos que o incêndio estava, de facto, controlado, embora ele tivesse dificuldade em admiti-lo, pois dizia frequentemente que já há duas semanas que ouve dizer que estão controlados.

Constatei que a calma já se havia instalado junto do bar, onde a cerveja regava muitas gargantas secas, e, mais adiante, alguns bombeiros almoçavam tranquilamente. Convidaram-me, simpaticamente, a fazer o mesmo, mas eu disse que não merecia tal repasto, pois tinha trabalhado muito pouco, comparando com o que eles haviam feito. Apenas aceitei uma laranja para matar a sede e disfarçar o cheiro a queimado que se havia impregnado no meu corpo e roupa.

Recuperado, graças à milagrosa laranja, decidi partir para outra frente, avançando pela levada com destino aos Balcões. Daí a pouco, reencontrei o sr. Comandante, que me informou que não valia a pena ir mais além, porque a zona estava perigosa, devido às sucessivas quedas de pedras. Acreditei e regressei com eles até ao centro das operações, onde me apercebi que o trabalho estava concluído. Daí em diante apenas seria feita vigilância.

Despedi-me e regressei até à zona comercial do Ribeiro Frio, onde me cruzei com o sr. Presidente da Câmara e o sr. Vereador João Gabriel, que me disseram que o pior já tinha passado, mas que tinham decidido fechar o acesso aos Balcões por razões de segurança.

No dia seguinte, quando li a imprensa e me apercebi que, afinal, o apelo feito não se dirigia a pessoas da minha idade, mas apenas a jovens estudantes da escola secundária, fiquei com a sensação de que o jovem autarca terá sido "chamado-à-pedra" por ter apelado à colaboração popular no combate aos incêndios. Provavelmente, o regime instalado vê nessa atitude de himildade louvável alarmismo e reconhecimento de incapacidade para lidar com o problema dos fogos florestais.

Receio, em suma, que esta será a primeira e última vez em que terei a oportunidade de responder civicamente a um apelo desta natureza. E não será por falta de incêndios!

Nota: Foto retirada de «insolitos.teamxanfre.com».

segunda-feira, agosto 09, 2010

Sondagem reforça Representante da República



A sondagem promovida por este blogue, no mês de Julho, com o objectivo de apurar o principal responsável pela não progressão dos docentes madeirenses, só não teve votos na opção Representante da República, o que pode significar que a sua actuação é considerada correcta.

Pelo contrário, 87% dos participantes no referido estudo de opinião apontaram a Secretaria Regional de Educação e Cultura (SREC) como a entidade com maiores responsabilidades no "congelamento" das progressões docentes. Esta elevada percentagem demonstra que a classe docente começa a "abrir os olhos" e já não se deixa embalar em histórias de literatura infantil...

Registe-se ainda 6,5% que responsabilizaram os sindicatos, sendo que igual percentagem optou por apontar o dedo aos próprios docentes, opiniões estas aparentemente descabidas, mas certamente fundamentadas nas posturas altamente interventivas e reivindicativas de certas organizações de classe e de alguns professores e educadores que continuam a acreditar no Pai Natal.

Resta, por fim, agradecer a todos os que participaram neste estudo de opinião de alto requinte científico.

sexta-feira, julho 23, 2010

JM, Diversão Total






O Jornal da Madeira está cada vez mais divertido. Começo a pensar que o dinheiro dos meus impostos encaminhado para esse projecto editorial - ou político? - é um óptimo investimento... na boa disposição da malta, sobretudo em tempos de depressão.

Achei um piadão aos recentes slogans da primeira página, que se transcreve: «Se quer viver informado, leia o Jornal da Madeira» (parte superior) e «Se quer conflitos inúteis, leia e ouça outros» (em baixo).

Apesar disso, proponho uma alteração à primeira frase, substituindo «informado» por divertido ou alegre, pois adequam-se melhor ao teor actual do JM, que nos ajuda a viver melhor, graças às infindáveis gargalhadas que os artigos de opinião e notícias nos causam. Ainda por cima, como não dedica espaço ao pluralismo, todos os textos mantêm a mesma linha de humor único.

A sublime diversão, porém, encontra-se no segundo slogan, pois é uma piada bem conseguida afirmar, em tom de ameaça, que ler e ouvir outros provoca conflitos inúteis... Esta é boa! Como se já não tivéssemos chatices mais do que suficientes, ir procurar outras é mesmo de masoquistas! Bom, provavelmente, este deverá ser humor negro, já que considerar a leitura e audição da concorrência susceptível de gerar conflitos desnecessários é um exercício humorístico desencadeador de risos altamente estridentes...

E ainda há quem queira fechar este pasquim do nosso contentamento! Já imaginaram o que seria de nós sem as piadas sobre os ex-padres, ex-seminaristas e fascistas do outro lado da Fernão Ornelas? Não nos deixem cair nesse tédio, continuem a alimentar essa guerra religiosa entre católicos e protestantes, embora saibamos que ela sirva apenas para "inglês ver", já que os primeiros também têm voz e pena nos órgãos de informação oponentes.

terça-feira, julho 20, 2010

Sondagem sobre congelamento das progressões



Faltam apenas 6 dias para encerrarmos a sondagem que se encontra à esquerda deste écran, onde pretendemos saber «Quem é o principal responsável pela não progressão dos docentes da Madeira».


Como opções de resposta, colocámos a SREC (Secretaria Regional de Educação e Cultura), que, neste momento, recebeu 100% dos votos expressos, o Representante da República, os Sindicatos e os Docentes.

Participe nesta iniciativa deste blogue, que, mesmo sendo parodiante, também aborda assuntos sérios, nem que seja para, posteriormente, melhor caricaturar os vencedores da sondagem.

Não se esqueça: a sua opinião aqui conta! Experimente votar para ver que o seu voto é imediatamente contabilizado!

(Imagem retirada de calipolensebasket.files.wordpress.com)

terça-feira, julho 06, 2010

Que venham mais devoluções



A notícia do dia, no que aos docentes diz respeito, é a devolução, por parte do Representante da República na Madeira, do polémico diploma que, segundo o partido que o aprovou, iria permitir a progressão na carreira dos professores e educadores em exercício de funções na RAM, que parece que estão de castigo, desde 2005, por serem bons, a avaliar pelos elogios públicos do Grande Chefe da Tribo Laranja...

Nas anteriores devoluções a que o ECD-RAM foi sistematicamente sujeito, alegava o Representante do Rectângulo que a classe docente da Madeira ficaria beneficiada. Agora diz o contrário e, ao que apregoa o partido maioritário, Monteiro Diniz prestou "assessoria jurídico-constitucional", aquando da elaboração deste documento. Como é que ficamos, então, para além de eternamente congelados?!

Até parece que tudo se conjuga para que a vontade da classe política dirigente seja sempre satisfeita, actuando de forma aparentemente consertada para prejudicar os docentes, repartindo alternadamente responsabilidades pelos sucessivos entraves colocados ao não desbloqueamento da situação. Entretanto, quando surge a ocasião, o Big Boss encarrega-se de insuflar ar no peito dos professores e educadores, através de elogios de circunstância, que muitos aplaudem, sem perceber que estão a ser enganados...

Se não é isto, então, trata-se de pura incompetência! Nesse caso, só nos resta pedir que também sejam todos devolvidos ao anonimato donde saíram, às suas profissões anteriores, porque já estão todos fora de prazo.

Entretanto, resolva-se a situação da classe docente regional, adaptando à RAM o ECD nacional, com a máxima urgência. Por fim, encerrem definitivamente a Assembleia Regional e o Palácio de São Lourenço, já que não são capazes de solucionar um problema como este, que até nem é dos mais complexos, juridicamente falando. Seria uma forma de se poupar milhões de euros, sem ser à custa do elo mais fraco, os trabalhadores.

sábado, julho 03, 2010

Resposta e contra-resposta de e a Miguel Tiago


A propósito do nosso penúltimo post - O grande exemplo da Educação madeirense -, quis o sr. deputado Miguel Tiago divertir-nos com as suas explicações acerca das declarações que proferiu após reunião na SREC. Apresentamo-las na íntegra bem como a reacção bem disposta que as mesmas nos merece:

«Caro amigo João Ramos Sousa,

Quero em primeiro lugar cumprimentá-lo pela administração do seu blog e pelas suas posições críticas perante a realidade com que não se conforma. A insatisfação concretizada é, nos dias que correm, uma escassa riqueza.

No entanto, gostaria de lhe dirigir uma breves correcções.
O deputado comunista que refere no seu post de 14 de Junho sobre a visita da Comissão Parlamentar de Educação e Ciência sou eu próprio e julgo que deveria informar-se melhor sobre as posições que o PCP expressou nessa visita antes de poder escrever como escreveu. Para tal, é importante que eu possa esclarecer-lhe alguns pormenores que podem não resultar claros da leitura da imprensa regional ou sequer do visionamento dos jornais televisivos.


1. Em momento algum, o PCP foi entrevistado ao longo dessa visita. De forma alguma, tive oportunidade de representar ou apresentar as posições do meu Partido nas entrevistas em causa, tenham sido para rádio, televisão ou jornais.
2. Todas as declarações que prestei à imprensa foram estritamente no âmbito da tarefa institucional que estava a desempenhar, como Presidente da Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República. Como tal, deixei várias vezes claro junto dos jornalistas que não teceria comentários de natureza política sobre qualquer reunião tida na RAM, pois não estava ali para julgar absolutamente nada enquanto Presidente da Comissão.
3. Caso não saiba, o que é natural, os Presidentes das Comissões Parlamentares falam por todos os Grupos Parlamentares, não podendo por isso expressar as suas posições políticas próprias. Isso significa que, quando em tarefa de presidência, o deputado reveste-se de uma tarefa distinta, não podendo ou não devendo falar em nome do seu partido, mas em nome de toda a comissão.
4. Em momento algum, posso assegurar-lhe, valorizei ou desvalorizei a política do governo da RAM na qualidade de Presidente, até porque isso seria de todo incompreensível no quadro de uma visita institucional e seria um desrespeito pela autonomia, sendo que, no caso concreto eu estava em representação da Assembleia da República e não do Grupo Parlamentar do PCP. Imagine o que seria, o Presidente da Assembleia da República dirigir-se a um Estado estrangeiro ou a uma Região autónoma e criticar a organização política do estado que visita. É uma questão de cumprimento da tarefa que nos foi confiada…
5. Como é óbvio, não me agrada nem agradou, de forma alguma ser o chefe da delegação parlamentar da AR na visita à RAM. Como certamente compreenderá, teria muito mais convicção se estivesse livre em representação do meu Grupo Parlamentar. O que aliás já sucedeu. Aproveito para lhe dizer que tenho todos os motivos para criticar o governo da RAM, particularmente tendo em conta que na penúltima deslocação que aí fiz em representação do GP PCP me foi barrada a entrada numa Escola Secundária, em claro desrespeito pela Lei da República e pelo Estatuto dos Deputados. Situação que denunciei em bom tempo e para a qual não recordo ter tido o seu apoio na denúncia.
6. As minhas declarações enquanto Presidente da Comissão Parlamentar cingiram-se estritamente a assinalar informações que nos foram dadas, sem tecer juízos de valor. Referi que o esforço da Universidade e dos Projectos de Investigação em energia poderiam vir a afirmar-se no plano internacional e nacional, caso viessem a dar frutos. Referi que tivemos oportunidade de conhecer uma realidade diferente no que toca à Educação, de acordo com as informações da SER, e quando questionado se queria destacar alguma disse o seguinte: “é curioso verificar que não é líquido que tenham de existir quotas para muito bom e excelente na avlaiação e que não seja obrigatório optar por directores de escola, podendo manter-se o órgão colegial”. Foi essa a minha resposta a uma questão concreta. Não estou a valorizar nem a desvalorizar, mas apenas a assinalar que, mesmo num quadro de políticas educativas negativas, não é líquido nem fatal que tenha de se optar por imposições como no continente. Foi a única coisa que assinalei.
7. Como é óbvio, e apelo a sua compreensão para esse facto, apenas nas reuniões – no interior das salas – expressei a posição do meu Partido, nomeadamente nas reuniões com o SR Ciência, com o SR da Educação e com a Comissão de Educação da ALRAM. Nessas reuniões, com a legitimidade de deputado do PCP questionei e confrontei PS e PSD com as suas políticas de destruição da escola pública, de privatização e de desmantelamento. Julgo que qualquer pessoa compreenderá que teria sido inaceitável fazer-me valer do facto de me encontrar em substituição do Presidente da Comissão de Educação e Ciência – Deputado Luís Fagundes Duarte, do PS – para falar em nome da Comissão transmitindo as posições do PCP.

Lamento pois que a Comunicação Social não tenha deixado claro que as declarações que fiz – que não teceram qualquer tipo de juízo positivo ou negativo – não tenham sido pronunciadas enquanto deputado comunista, mas enquanto substituto do Sr. Presidente da Comissão de Educação e Ciência.

Perguntar-me-á se me agradou fazer tal papel. Responder-lhe-ei que não. Que preferiria ter desempenhado o meu papel de Deputado em representação do PCP dentro e fora das reuniões. No entanto, referi várias vezes à comunicação social que cada Grupo Parlamentar faria a sua interpretação do que ouviu e do que viu e que cada um leva mais conhecimento e mais experiência e que as posições dos Grupos Parlamentares seriam diversas. Peço-lhe que não julgue as posições do PCP com base apenas do que lê numa imprensa ou ouve na rádio e telejornais que são precisamente os mesmos que paulatina e sistematicamente atacam o PCP e as suas posições, distorcendo sempre que necessário. Mais ainda lhe peço que não julgue as posições do PCP por via de declarações inócuas – vazias praticamente de qualquer conteúdo político e partidário – que um deputado comunista possa fazer quando se encontra em representação da Assembleia e não do seu Grupo Parlamentar.

Aproveito para lhe afirmar que não deve temer a falta de apoio e solidariedade do PCP-M, tal como do PCP, das suas estruturas e das suas representações institucionais pois é firme o nosso compromisso com a defesa da actividade docente, com a dignificação dessa carreira, como elementos essenciais e incontornáveis para a defesa da escola pública, quer no continente quer nas regiões autónomas. Estou aliás, certo de que conhece esse compromisso do PCP e que nunca encontrará no PCP um partido que vire as costas à luta. Afirmo-lhe também o nosso firme compromisso, regional e nacional, de combate às políticas de precariezação dos recursos humanos na educação, de propaganda e de ataque à qualidade do ensino.

Informo-o, aproveitando esta ocasião, de que na reunião da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da RAM estiveram presentes o PS, PCP, CDS e PSD, por parte dos deputados regionais e o PS, PSD, CDS e PCP por parte da Assembleia da República. Dessa reunião, apenas o PCP e o PS regional criticaram o sistema educativo da Madeira e deixaram diversas preocupações em cima da mesa. O Deputado do PS chegou mesmo a atacar veementemente a Escola a Tempo Inteiro entretanto em prática na Madeira. Porém, os deputados da Assembleia da República do PS valorizaram o inglês no primeiro ciclo, a escola a tempo inteiro e um conjunto de outras políticas regionais, tal como fez o PSD. O CDS apenas colocou questões e não teceu comentários de juízo político. O PCP criticou o rumo de submissão da Escola ao Mercado e a privatização galopante do sistema educativo, criticou as políticas de recursos humanos e as actividades de enriquecimento curricular, acusando o Governo da República e o Governo da Região de agirem à margem da Lei de Bases do Sistema Educativo. Permita-me até que partilhe consigo a brincadeira que fiz com o Deputado do PS-Madeira ao dizer-lhe: “finalmente percebi porque é que os deputados da madeira se abstêm nas votações da assembleia da república quando se fala das regiões, é que, de facto, as vossas posições não têm absolutamente nada a ver com as posições do PS no continente.”, pois quem ouvisse o Deputado do PS-M jamais diria que é do mesmo partido que está no poder em Portugal e que é orientado por Sócrates.

Como vê, o único Partido que foi, de facto incoerente, foi o PS, defendendo uma coisa na ALRAM e outra na AR, o que ficou bem patente na reunião com a Comissão de Educação da ALRAM. O BE esteve ausente em toda a visita, quer por parte dos deputados regionais, quer por parte dos deputados da república.

Espero, de alguma forma, ter contribuído para desfazer aquilo que julgo ter sido um compreensível equívoco. Caso contrário, não hesite em contactar-me para me exigir as devidas explicações.

Melhores cumprimentos,

Miguel Tiago, Deputado do PCP»

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Contra-resposta

«Viva!

Começo por pedir desculpa por apenas agora lhes responder. Sabeis como é a vida dos professores… não fazem nada, mas as tarefas são cumpridas, como exames nacionais corrigidos, matrículas efectuadas,…

Antes de mais, lamento imenso ter feito perder parte do tempo precioso do sr. Deputado Miguel Tiago e do Vice-Presidente da Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República com o mesmo nome, porque isto de uma pessoa andar a se desdobrar em papéis e protagonismos diversos não é tarefa fácil. A não ser que tenha o dom da ubiquidade ou, então, que tenha a genialidade de Fernando Pessoa, que se
multiplicou em diferentes heterónimos…

Vossas Excelências têm toda a razão! Trata-se, efectivamente, de um enormíssimo equívoco tudo o que foi parodiado no blogue, já que se infere do esclarecimento que nos foi enviado que, na verdade, o Vice-Presidente da mencionada comissão, no exercício pleno desse cargo, foi obrigado pelos membros da mesma a ler uma comunicação neutra (Telejornal Madeira, 20´14´´) aos media, onde releva aspectos positivos do sistema educativo madeirense como a inexistência de quotas para aceder aos níveis de excelência. Ficou claro que tudo isto foi feito sob protesto do deputado Miguel Tiago, que, coerentemente, se manteve fiel às posições do seu partido e do eleitorado que representa. Penitencio-me, pois, por não ter feito essa leitura, nas entrelinhas da comunicação social, que, evidentemente, distorceu factos ao não mostrar as espingardas atrás das suas costas a coagi-lo. Por conseguinte, também culpo-a por me ter induzido em erro. Como não fui capaz de deduzir que tais declarações resultavam de uma forte coacção exercida pelos outros deputados da Comissão e do elevado sentido de Estado do referido Vice, sempre pronto para cumprir as suas funções de alta autoridade nacional?! Jaime Gama e Almeida Santos também queixaram-se da falta de compreensão dos madeirenses relativamente aos elogios proferidos enquanto autoridades nacionais… Enfim, nós, madeirenses, somos assim: tão pequeninos que apenas vemos os nossos umbigos e não alcançamos os desígnios estadistas das autoridades nacionais!

Garanto, por outro lado, ao sr. Deputado Miguel Tiago, do PCP, que não tenho dúvidas quanto às suas razões de crítica relativamente ao Governo Regional da Madeira, em matéria educativa. Quem é que não as tem? O problema é o Vice, que, com o deslumbramento evidenciado, pode contagiar o referido parlamentar. Uma vez que o lamentável episódio do acesso vedado a uma escola da RAM aconteceu antes do tribuno da nação desempenhar o mencionado cargo, é legítimo questionar se actualmente participaria numa iniciativa político-partidária anti-SREC. A este propósito, é natural que não se recorde do meu apoio à mencionada denúncia, pois explicitamente não o fiz. Este blogue fez um ano no passado mês de Maio e esse incidente, se não me falha a memória, é anterior...

Por fim, e para encerrar esta paródia, pois não posso levar a sério este episódio, sob pena de deixar de acreditar nos nossos representantes no parlamento nacional, permita-me, sr. Deputado Miguel Tiago, um conselho amigo: quando vier à Madeira, deixe o Vice em Lisboa, porque ele só atrapalha e, além do mais, não votámos nele, logo ele não nos representa, e não se esqueça que para, para o bem e para o mal, você é que foi eleito deputado do PCP e, se desempenha esse serviço à comunidade e outros cargos institucionais na Assembleia da República, é essencialmente devido ao voto popular. Escudar-se no estatuto de autoridade nacional fica-lhe bem, mas não o iliba de responsabilidades. Aliás, se assim fosse, nunca poderíamos acusar Sócrates de ter metido o socialismo na gaveta, enquanto Primeiro-Ministro, pois fê-lo no exercício de um cargo governamental e não político-partidário... Como custa admitir o erro!...

Cumprimentos,

João Sousa»

Tributo a Saramago


José Saramago, o nosso Nobel da Literatura, partiu. Ainda me custa aceitar a ideia de que não terei o prazer de ler novos romances deste singular escritor da Língua Portuguesa. Confesso que, em certo sentido, me sinto "órfão" ou como alguém afirmou, no elogio fúnebre, fiquei sem palavras «porque Saramago levou-as todas». Daí esta ausência de postagens.

Contudo, Manuel Alegre, que ainda não é o Presidente da República e que assumiu uma postura de grande estadista, afirmou, com grande clarividência, que «o melhor tributo que podemos prestar a José Saramago é ler as suas obras. Nesse sentido, reproduzo, abaixo, um excerto de Memorial do Convento, um autêntica paródia ao reinado de D. João V, que é a metáfora da obras megalómanas dos dias de hoje:

«D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa e até hoje ainda não emprenhou. Já se murmura na corte, dentro e fora do palácio, que a rainha, provavelmente, tem a madre seca, insinuação muito resguardada de orelhas e bocas delatoras e que só entre íntimos se confia. Que caiba a culpa ao rei, nem pensar, primeiro porque a esterilidade não é mal dos homens, das mulheres sim, por isso são repudiadas tantas vezes, e segundo, material prova, se necessária ela fosse, porque abundam no reino bastardos da real semente e ainda agora a procissão vai na praça. Além disso, quem se extenua a implorar ao céu um filho não é o rei, mas a rainha, e também por duas razões. A primeira razão é que um rei, e ainda mais se de Portugal for, não pede o que unicamente está em seu poder dar, a segunda razão porque sendo a mulher, naturalmente, vaso de receber, há-de ser naturalmente suplicante, tanto em novenas organizadas como em orações ocasionais. Mas nem a persistência do rei, que, salvo dificultação canónica ou impedimento fisiológico, duas vezes por semana cumpre vigorosamente o seu dever real e conjugal, nem a paciência e humildade da rainha que, a mais das preces, se sacrifica a uma imobilidade total depois de retirar-se de si e da cama o esposo, para que se não perturbem em seu gerativo acomodamento os líquidos comuns, escassos os seus por falta de estímulo e tempo, e cristianíssima retenção moral, pródigos os do soberano, como se espera de um homem que ainda não fez vinte e dois anos, nem isto nem aquilo fizeram inchar até hoje a barriga de D. Maria Ana. Mas Deus é grande» (p. 11).


Até sempre, Saramago!

segunda-feira, junho 14, 2010

O grande exemplo da Educação madeirense


Miguel Tiago, deputado do PCP na Assembleia da República e vice-presidente da Comissão de Educação e Ciência, elogiou o sistema educativo da RAM, após reunião da mencionada Comissão com a SREC, no dia 14, no Funchal. Em declarações aos media, destacou a inexistência de quotas no acesso às classificações de Muito Bom e Excelente, na avaliação do desempenho docente, como um dos aspectos positivos que registou nesse encontro. Nada a que já não tenhamos assistido. Apenas com uma diferença: até aqui, eram apenas ilustres socialistas como Almeida Santos e Jaime Gama que se referiam em termos elogiosos a Jardim e à sua obra, quando por cá passavam em visita rápida, mas desta vez a exaltação veio do quadrante comunista, nada mais nada menos do que uma das alas mais aguerridas no parlamento nacional em prol dos direitos dos trabalhadores, incluindo obviamente os professores e educadores...

Em termos concretos, a atitude do deputado comunista serviu para enaltecer o modelo de avaliação de desempenho docente previsto no ECD-RAM e, consequentemente, minimizar a luta dessa classe profissional regional contra a inexistência da mesma, nem com quotas, e que a mantém congelada, em termos de progressão, há cerca de 5 anos. A ideia com que ficamos é que os professores e educadores que leccionam neste "cantinho do céu" são um bando de ingratos e de mal agradecidos, que nem sabem reconhecer os "bombons" que o Governo Regional lhes tem oferecido de amor e graça! Essa ingratidão é tão gritante que até um simples visitante consegue ver aquilo que os residentes se recusam a admitir: o sistema educativo madeirense é maravilhoso!

Uma vez que o grande exemplo para o país, em termos educativos, é o sistema madeirense, só nos resta pedir ao deputado Miguel Tiago que venha para cá trabalhar para ter a oportunidade de gozar dos benefícios do mesmo ou, então, adaptá-lo ao Continente, o que até teria o mérito de acabar com as ilegalidades e insconstitucionalidades que tantas dores de cabeça têm causado aos nossos governantes regionais.

Ah, mentes brilhantes, para quê quotas, se ninguém progride?!

sexta-feira, junho 11, 2010

Viva a Alienação do Mundial!


Finalmente começou o tão ambicionado Campeonato do Mundo de Futebol! Já estava cansado de esperar. É que, depois dos festejos intermináveis pelo título de campeão da Liga e da tão abençoada visita à Região da Imagem Peregrina e do Papa a Fátima, regressámos à dura realidade, onde tomámos consciência das "malfeitorias" que os nossos governantes nos pregaram durante a anestesia colectiva: congelamento de aumentos salariais e de progressões na carreira, impostos a crescer, cinto a apertar...

Mas, felizmente, chegou a diversão que nos vai tirar das profundezas do abismo e do pessimismo nacional, elevando-nos aos píncaros celestes, quais "maiores do Mundo e arredores" como os ancestrais navegadores que enfrentaram, com êxito, Adamastores e Monstrengos invencíveis.

Se, após o Mundial, ao descermos à terra, encontrarmos a situação económica, financeira e social ainda pior, com novos apertos no cinto, só nos restará agradecer humildemente a quem nos proporcionou tamanha evasão e felicidade. Como prova do nosso reconhecimento, estaremos disponíveis para fazer todos os sacrifícios que o país nos pedir, desde que nos sejam garantidas obras megalómanas, à altura de um povo superior, como a alta velocidade, novos estádios e hospitais...

E tolo é aquele que conhece a máxima popular «Com festas e bolos se enganam os tolos» e não a pôe em prática.

domingo, maio 30, 2010

Que Rica Crise!


Como disse o outro, «Isto é que vai uma crise, hein!?». Adaptando esta afirmação aos dias de hoje, ela ficaria com a seguinte redacção: «Que rica crise!». Olhando e analisando o que se passa à nossa volta, facilmente concluimos que as dificuldades que muitos madeirenses e portugueses enfrentam, neste tempo de generalizada depressão económica e financeira, são merecidas e justíssimas. Senão vejamos.

Então, não é justo que se congele os aumentos salariais em nome de algo mais importante como a alta velocidade, o novo aeroporto e a terceira ponte sobre o Tejo?

E os sacrifícios pedidos pelos infindáveis PEC´s não se justificam perante a necessidade dos cofres do Estado estarem devidamente apetrechados para acorrer a falências bancárias como a do BPN?

Mas alguém tem dúvidas quanto à generosidade e alcence de medidas como o aumento do IVA, tendo em conta a urgência da recolha de fundos para fazer face às despesas com a visita papal e da imagem peregrina?

Em suma, quem é que não concorda com este apertar de cinto, mesmo que este já não tenha mais furos para segurar a fivela, quando é preciso arrecadar receita para fazer face às despesas de publicação do Jornal da Madeira - cerca de 4 milhões de eruros anuais -, de remodelação do Estádio dos Barreiros (perto de meia centena de milhões de euros) e do aluguer ao CS Marítimo do Estádio da Madeira (250.000 euros)?

Nós pagamos a crise com muito prazer, porque confiamos naqueles que nos colocaram nesta agradável situação. Mais: eles já estão a dar mostras de que sabem o que é pedir sacrifícios a todos. Se não fazem melhor é porque também precisam de cuidar do Futebol, de Fátima e do Fado (o nosso...).

quinta-feira, maio 06, 2010

As graças da imagem peregrina


A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima chegou à Madeira no dia 12 de Outubro e regressa na próxima semana ao seu Santuário, em vésperas das cerimónias do 13 de Maio, que contarão com a presença do polémico Papa Bento XVI. Antes da despedido da referida estátua, com um lencinho da «Recordação da Visita», comprado no mariano Jornal da Madeira, não podemos deixar de fazer um balanço dessa passagem pela Diocese de D. Carrilho, mais um membro da família Cavaco que arribou por cá para nos tratar da alma.
Se contabilizarmos todas as graças recebidas de tão importante imagem, durante esta peregrinação pela ilha, chegamos facilmente à conclusão de que são incalculáveis, infindáveis e inesquecíveis, incluindo a catástrofe do dia 20 de Fevereiro e o encontro proibido entre a Senhora de Fátima e a do Amparo, na paróquia da Ribeira Seca. É a sério. Esses acontecimentos, por incrível que pareça, também foram altamente abençoados pela referida estátua. Senão vejamos: apesar da imagem de Nossa Senhora do Monte ter sido levada pelas enxurradas que varreram o Largo das Babosas, espécie de perda do trono a favor da "cubana", este episódio também foi abençoado e simbólico, já que proporcionou o derrube de Jardim do seu pedestal anti-Rectângulo, rendendo-se humildemente ao engenhocas Socas. O episódio da Ribeira Seca também recebeu as graças marianas e, provavelmente jardinistas, pois possibilitou clarificar a dúvida que pairava na comunidade eclesiástica madeirense: seria D. Carrilho Cavaco capaz de pacificar o clero madeirense, resistindo às mordomias do poder? Agora está tudo claro e divertimo-nos imenso com a argumentação utilizada para justificar a não passagem da imagem pela Igreja do fugoso Pe. Martins - as negociações com o pároco da Ribeira Seca não foram bem sucedidas por uma questão de protagonismo: o cónego Manuel Martins não aceitou ficar numa posição subalterna na celebração da eucaristia!... Tudo o resto é asneira atrás de asneira, na tentativa vã de justificar o injustificável. E, no meio destas vaidades pessoais e interesses altamente edificantes da igreja católica madeirense, anda a imagem de um lado para o outro como uma bola de futebol, num jogo renhido entre Sporting e Belenenses de Machico. Tudo porque se trata de uma estátua. Mas, como disse o Pe. Martins Júnior, se fosse a verdadeira(!?) Nossa Senhora de Fátima, ela entraria onde quisesse.
Para a história ficará o obrigado dos madeirenses às graças proporcionadas pela passagem da imagem peregrina, num monumental aceno com o lencinho do J.M.. Da parte dos paroquianos da Ribeira Seca, ficará um ruidoso, revoltante e desprezível Adeus! Esta diocese ficará na mesma. A paz e o amor, que supostamente seriam o essencial da mensagem mariana esperada, não passaram disso mesmo: palavras vazias de conteúdo como os seus peregrinos, imagens e sombras de uma terra ainda nas trevas, na escuridão. A Lanterna continua, pois, à espera de quem a acenda... para que, em vez de imagens, o povo veja e descubra a realidade, a essência, a verdade!

Nota: foto retirada de: www.diocesedofunchal.pt/portal/index.php?opti...

segunda-feira, abril 19, 2010

Alegre a Presidente




Já se começa a falar de Eleições Presidenciais. Não sei se é porque precisamos de actos eleitorais para animar a vida política - agora cada vez mais monótona e sem "pica", sobretudo por culpa de Sócrates e Jardim, que enterraram o "machado de guerra" - ou porque já basta de cinzentões e hipócritas como Cavaco, num país tão depimido, corrupto e sem esperança como é Portugal. Talvez seja por ambas as razões.
Manuel Alegre representa a antítese deste país adiado, à espera de um líder corajoso, sonhador e defensor da liberdade e da justiça social.
Apoio novamente porque me revejo nos seus ideais e propostas para um Portugal mais democrático, solidário e ganhador dos desafios do futuro.
Para conhecer melhor os propósitos desta Candidatura e, eventualmente, apoiar, consulte http://www.manuelalegre.com/

domingo, abril 04, 2010

Pedofilia é vontade de Cristo


A Páscoa está irremediavelmente marcada pelas suspeitas de pedofilia no seio da Igreja Católica.
O próprio Papa é acusado de ter protegido um sacerdote americano muito "amigo" das criancinhas.
Na Madeira, voltam os rumores sobre alegados crimes de abuso de menores por parte de dois párocos.
Antes que este clima inquisitorial leve para a fogueira mais inocentes como o famoso Pe. Frederico, importa esclarecer que a pedofilia não é crime nem pecado, antes é um dever que os sacerdotes, os mensageiros da doutrina cristã, têm como obrigação seguir, pois limitam-se a fazer o mesmo que Cristo, quando disse «Deixai vir a mim as criancinhas» (Lucas 18,15-17).
Não foi esta a argumentação usada pelo Bispo (D)Emérito, o elemento do Clero madeirense que melhor soube lidar com este problema, aquando do escândalo com o seu Secretário, o Padre do Carocha, mas não deixou de ser oportuna a sua reaparição e, sobretudo, a eloquência evidenciada, designadamente ao considerar os padres tão potenciais pedófilos quanto os outros homens... O referido clérigo esqueceu-se, porém, de lembrar que os primeiros fazem votos de castidade enquanto os segundos não. São omissões naturais, atendendo ao peso da idade, certamente.
A breve trecho, não me admiraria que os pastores pedófilos venham manifestar publicamente a sua tendência caridosa, como fez um certo pároco madeirense que, nos anos 80, levou muito a sério a mensagem de Cristo, a ponto de não só pôr em prática o «Deixai vir a mim a criancinhas» como a levou ao extremo, trazendo duas delas de Cabo Verde para tê-las sempre ao dispor da sua imensa caridade. Apesar disso e uma vez que o seu coração era enorme, ainda tentou "conquistar", em vão, este inocente, que, desiludido com este e outros maus exemplos, fugiu do sacerdócio como o Diabo da Cruz...

segunda-feira, março 15, 2010

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segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Condolências aos Domadores da Natureza


Neste momento trágico que a Madeira vive, em que a intempérie e a irresponsabilidade dos homens transformaram a baixa do Funchal num cenário dantesco, autêntico calhau, cenário igualmente visível noutras localidades da costa sul, este é o momento de manifestarmos as nossas sentidas condolências aos Domadores da Natureza, em especial à auto-intitulada Pessoa Mais Importante desta terra, que há alguns anos atrás afirmou que a tinha dominado.

Este voto justifica-se, porque, depois do sucedido e dos ataques proferidos aos "arautos da desgraça", numa altura que deveria ser de convergência no combate ao problema, a exemplo do que fizeram os governantes, nacionais e regionais, não podemos ficar calados, quando, de facto, o "Rei vai nu".

A mão criminosa do homem ao permitir construções em zonas de risco, sobretudo nas linhas de água, por mais que se tente desculpabilizar, justificando tais irresponsabilidades com a força da Natureza, anteriomente considerada dominada, não pode passar impune! Muito menos a afirmação demagógica de que as canalizações das ribeiras impediram que o Funchal desaparecesse... Esses trabalhos, na verdade, não são do tempo desse Domador da Natureza. Da responsabilidade dele e demais comparsas são o afunilamento e cobertura das ribeiras, bem como de construções no leito das mesmass, como bombas de gasolina. Por isso está morto, politicamente! Compete a quem de direito encarregar-se do seu efectivo funeral. A não ser que queiram que ele continue ligado à máquina, até ver se a solidariedade nacional e internacional lhe proporciona uma nova capacidade regenerativa... embora seja justo que lhe seja aplicada a máxima "Cá se fazem, cá se pagam", o que pode acontecer obrigando-o a arranjar tudo o que rebentou ou contribuiu para a sua destruição, directa ou indirectamente.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

L.F.R.: Carnaval antecipado


Neste ano, o Carnaval começou mais cedo. Não me refiro à Festa dos Compadres, que ocorreu na data tradicional. Sim, é do verdadeiro Entrudo que falo. Das máscaras. Dos Trapalões. Das encenações. Das dramatizações e das malassadas com algodão e sonhos regados com fel em vez de mel. A Lei das Finanças Regionais foi a Rainha e o título de Rei do Carnaval 2010 foi atribuído ae-xequo a Socas e a Papadas. O povo assistiu deliciado e entusiasmado, aplaudindo o espectáculo com grande fervor e paixão. As horas que o sino do estômago assinalavam com forte ecoação, devido à fome que o desemprego trouxe e à destruição provocada pelo temporal, criaram um ambiente único para assinalar este acontecimento ímpar e singular da ficção carnavalesca madeirense.


A Rainha centrou propositadamente todas as atenções da opinião pública portuguesa. E não foi por ser algo de especial. Antes pelo contrário. Havia outras candidatas com melhores atributos como a do Orçamento de Estado, a da Dívida do Estado e da Madeira, a do Desemprego e a da Pobreza, só para referir algumas, mas desfilaram muito discretas porque assim determinaram Socas e Papadas, ao colocarem todo o enfoque na L.F.R. como forma de evitar que se olhasse para as outras "belezas", cujo brilho não convém apreciar, pois tem poderes anti-cegueira...


Como resultado desta encenação «servida à maneira/Como queijo numa ratoeira», a coroa corre o sério risco de não ser atribuída à vencedora, numa tentativa de prolongar o Carnaval por muito mais tempo, porque assim «ninguém leva a mal»...


terça-feira, janeiro 26, 2010

Almeida varre PS-M para o lixo


Almeida Sem Nada de Santo tornou a varrer o pouco que ainda resta do PS-M para o caixote do lixo ao elogiar a obra jardinista. O anedótico das declarações deste profundíssimo conhecedor da realidade política, social, económica e financeira da RAM está no facto das mesmas terem sido proferidas em plena reunião magna dos socialistas madeirenses, onde eram tomadas decisões importantes relativamente ao futuro imediato do ainda maior partido da oposição madeirense, com direito a aplausos e tudo. Há organizações assim: são masoquistas até ao tutano...

Não consta que tenha havido militantes socialistas a abandonar a sala, quando discursava o referido orador. Apenas o novo líder do PS-M ainda tentou minimizar os estragos, dizendo que pechibeque não é ouro, mas lá teve que engolir mais um sapo enorme imposto por Lisboa, vulgo cavalo de Tróia.

Sabemos que estes apoios reiterados à governação social-democrata madeirense não são inocentes. Antes pelo contrário. São sinais de gratidão. Na verdade, a obra turística madeirense está à vista de todos, mesmo que os instrumentos de planeamento e ordenamento do território e o domínio público marítimo tenham sido ignorados para facilitar o avanço das galés pelas vilas e cidades adentro...

Que papel estará, então, reservado à liderança da flor serrana? Apenas terá que remar contra a maré dos interesses e dos oportunismos, até à saída de cena do actual líder social-democrata madeirense, que, segundo o referido almeida, ainda pode ser combatido por ter um estilo pouco consensual. Apenas isso! Isto é, surgindo um sucessor refinado, tipo Miguel Albuquerque, então acabam-se as divergências mínimas entre PS-M e PSD-M e o Centrão chega à Madeira, apadrinhado pelo brilhante e insuspeito político nacional, que não pestanejaria na hora de apoiar o tal funeral da federação madeirense do seu partido. Flores para essa cerimónia já existem: jacintos serranos...

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Apanhados 2009 da RTP-M


Vale a pena rever os apanhados 2009 da RTP-M, em http://www.youtube.com/watch?v=hSbkvjP49hU

O cromo principal é sempre o mesmo, mas como ele domina e controla tudo o que se mexe nesta terra...