segunda-feira, junho 14, 2010

O grande exemplo da Educação madeirense


Miguel Tiago, deputado do PCP na Assembleia da República e vice-presidente da Comissão de Educação e Ciência, elogiou o sistema educativo da RAM, após reunião da mencionada Comissão com a SREC, no dia 14, no Funchal. Em declarações aos media, destacou a inexistência de quotas no acesso às classificações de Muito Bom e Excelente, na avaliação do desempenho docente, como um dos aspectos positivos que registou nesse encontro. Nada a que já não tenhamos assistido. Apenas com uma diferença: até aqui, eram apenas ilustres socialistas como Almeida Santos e Jaime Gama que se referiam em termos elogiosos a Jardim e à sua obra, quando por cá passavam em visita rápida, mas desta vez a exaltação veio do quadrante comunista, nada mais nada menos do que uma das alas mais aguerridas no parlamento nacional em prol dos direitos dos trabalhadores, incluindo obviamente os professores e educadores...

Em termos concretos, a atitude do deputado comunista serviu para enaltecer o modelo de avaliação de desempenho docente previsto no ECD-RAM e, consequentemente, minimizar a luta dessa classe profissional regional contra a inexistência da mesma, nem com quotas, e que a mantém congelada, em termos de progressão, há cerca de 5 anos. A ideia com que ficamos é que os professores e educadores que leccionam neste "cantinho do céu" são um bando de ingratos e de mal agradecidos, que nem sabem reconhecer os "bombons" que o Governo Regional lhes tem oferecido de amor e graça! Essa ingratidão é tão gritante que até um simples visitante consegue ver aquilo que os residentes se recusam a admitir: o sistema educativo madeirense é maravilhoso!

Uma vez que o grande exemplo para o país, em termos educativos, é o sistema madeirense, só nos resta pedir ao deputado Miguel Tiago que venha para cá trabalhar para ter a oportunidade de gozar dos benefícios do mesmo ou, então, adaptá-lo ao Continente, o que até teria o mérito de acabar com as ilegalidades e insconstitucionalidades que tantas dores de cabeça têm causado aos nossos governantes regionais.

Ah, mentes brilhantes, para quê quotas, se ninguém progride?!