A comunicação social é considerada o quarto poder, nos sistemas democráticos maduros, embora o poder tente transformá-la em quarto do poder...
O caso recente da tentativa governamental socrática de "ajudar" a TVI deu que falar e ainda bem, porque assim foi denunciada atempadamente a marosca e evitou-se a "domesticação" do referido canal televisivo. Deste triste episódio ficou claro que, afinal, quem precisa de ajuda é o (des)Governo. E quartos do poder há muitos, mas quarto poder em Portugal ainda há carências.
Pelo contrário, na Madeira, os mass media são tratados exemplarmente, o que demonstra que o povo superior tem uma comunicação social à sua altura. O caso da alegada concorrência desleal do JN para com o DN é paradigmático: se há um órgão de informação credível, respeitado e viável economicamente, há que intervir no órgão com dificuldades de aceitação no mercado, injectando dinheiros públicos no mesmo e passando-o a gratuito para que chegue a toda a população, por uma questão de salvaguarda do pluralismo da informação e dos postos de trabalho; se por consequência dessa intervenção o emprego e a viabilidade financeira do órgão de referência forem postos em causa, o problema é apenas dos proprietários do referido diário e da linha editorial seguida, que não teve o acolhimento da população.
Poucos serão os regimes ditos democráticos que tratam a sua comunicação social com tamanha elevação! Assim está assegurada a liberdade de expressão e o seu estatuto de quarto (do) poder. Ou será o primeiro poder? Como madeirense, sinto-me orgulhoso com o extraordinário tratamento que é dado aos mass media da minha terra...