Neste momento trágico que a Madeira vive, em que a intempérie e a irresponsabilidade dos homens transformaram a baixa do Funchal num cenário dantesco, autêntico calhau, cenário igualmente visível noutras localidades da costa sul, este é o momento de manifestarmos as nossas sentidas condolências aos Domadores da Natureza, em especial à auto-intitulada Pessoa Mais Importante desta terra, que há alguns anos atrás afirmou que a tinha dominado.
Este voto justifica-se, porque, depois do sucedido e dos ataques proferidos aos "arautos da desgraça", numa altura que deveria ser de convergência no combate ao problema, a exemplo do que fizeram os governantes, nacionais e regionais, não podemos ficar calados, quando, de facto, o "Rei vai nu".
A mão criminosa do homem ao permitir construções em zonas de risco, sobretudo nas linhas de água, por mais que se tente desculpabilizar, justificando tais irresponsabilidades com a força da Natureza, anteriomente considerada dominada, não pode passar impune! Muito menos a afirmação demagógica de que as canalizações das ribeiras impediram que o Funchal desaparecesse... Esses trabalhos, na verdade, não são do tempo desse Domador da Natureza. Da responsabilidade dele e demais comparsas são o afunilamento e cobertura das ribeiras, bem como de construções no leito das mesmass, como bombas de gasolina. Por isso está morto, politicamente! Compete a quem de direito encarregar-se do seu efectivo funeral. A não ser que queiram que ele continue ligado à máquina, até ver se a solidariedade nacional e internacional lhe proporciona uma nova capacidade regenerativa... embora seja justo que lhe seja aplicada a máxima "Cá se fazem, cá se pagam", o que pode acontecer obrigando-o a arranjar tudo o que rebentou ou contribuiu para a sua destruição, directa ou indirectamente.