A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima chegou à Madeira no dia 12 de Outubro e regressa na próxima semana ao seu Santuário, em vésperas das cerimónias do 13 de Maio, que contarão com a presença do polémico Papa Bento XVI. Antes da despedido da referida estátua, com um lencinho da «Recordação da Visita», comprado no mariano Jornal da Madeira, não podemos deixar de fazer um balanço dessa passagem pela Diocese de D. Carrilho, mais um membro da família Cavaco que arribou por cá para nos tratar da alma.
Se contabilizarmos todas as graças recebidas de tão importante imagem, durante esta peregrinação pela ilha, chegamos facilmente à conclusão de que são incalculáveis, infindáveis e inesquecíveis, incluindo a catástrofe do dia 20 de Fevereiro e o encontro proibido entre a Senhora de Fátima e a do Amparo, na paróquia da Ribeira Seca. É a sério. Esses acontecimentos, por incrível que pareça, também foram altamente abençoados pela referida estátua. Senão vejamos: apesar da imagem de Nossa Senhora do Monte ter sido levada pelas enxurradas que varreram o Largo das Babosas, espécie de perda do trono a favor da "cubana", este episódio também foi abençoado e simbólico, já que proporcionou o derrube de Jardim do seu pedestal anti-Rectângulo, rendendo-se humildemente ao engenhocas Socas. O episódio da Ribeira Seca também recebeu as graças marianas e, provavelmente jardinistas, pois possibilitou clarificar a dúvida que pairava na comunidade eclesiástica madeirense: seria D. Carrilho Cavaco capaz de pacificar o clero madeirense, resistindo às mordomias do poder? Agora está tudo claro e divertimo-nos imenso com a argumentação utilizada para justificar a não passagem da imagem pela Igreja do fugoso Pe. Martins - as negociações com o pároco da Ribeira Seca não foram bem sucedidas por uma questão de protagonismo: o cónego Manuel Martins não aceitou ficar numa posição subalterna na celebração da eucaristia!... Tudo o resto é asneira atrás de asneira, na tentativa vã de justificar o injustificável. E, no meio destas vaidades pessoais e interesses altamente edificantes da igreja católica madeirense, anda a imagem de um lado para o outro como uma bola de futebol, num jogo renhido entre Sporting e Belenenses de Machico. Tudo porque se trata de uma estátua. Mas, como disse o Pe. Martins Júnior, se fosse a verdadeira(!?) Nossa Senhora de Fátima, ela entraria onde quisesse.
Para a história ficará o obrigado dos madeirenses às graças proporcionadas pela passagem da imagem peregrina, num monumental aceno com o lencinho do J.M.. Da parte dos paroquianos da Ribeira Seca, ficará um ruidoso, revoltante e desprezível Adeus! Esta diocese ficará na mesma. A paz e o amor, que supostamente seriam o essencial da mensagem mariana esperada, não passaram disso mesmo: palavras vazias de conteúdo como os seus peregrinos, imagens e sombras de uma terra ainda nas trevas, na escuridão. A Lanterna continua, pois, à espera de quem a acenda... para que, em vez de imagens, o povo veja e descubra a realidade, a essência, a verdade!
Nota: foto retirada de: www.diocesedofunchal.pt/portal/index.php?opti...