sexta-feira, novembro 19, 2010

Auteridade, Greve Geral e FMI: tudo inevitável!





A auteridade imposta pelos PEC´s e pelo Orçamento de Estado para 2011 foi classificada pelo Governo de Salvação Nacional (PS, PSD e Presidência da República) de inevitável. Em resposta, as centrais sindicais também consideram uma inevitabilidade a Greve Geral de 24/11. Os portugueses em geral, porque não acreditam na eficácia destas medidas e lutas, avançam com outra solução incontornável para os problemas económicos e financeiros do país: chamem o FMI!


Nas últimas eleições legislativas nacionais, fartos dos tiques pouco democráticos do Governo do engenhocas Socas, festejámos a perda da maioria absoluta, convencidos que o diálogo iria substituir a arogância e o
quero-posso-e-mando. Ainda ficámos mais confiantes das virtudes dos governos minoritários quando a maioria parlamentar na Assembleia da República forçou os governantes a "engolir em seco" algumas medidas contrárias às suas vontades, em especial na área da Educação. Porém, passado pouco tempo, perdemos essa janela de esperança, devido à colagem do PSD às medidas governamentais - o tal Centrão dos Interesses. Isso viu-se no PEC II e, agora, na aprovação do Orçamento de Estado, com a benção do sr. Silva e, mais incrível ainda, abstenção dos deputados do PSD-M, apesar de toda a gritaria do Papadas.

Perante tamanho ataque aos bolsos dos portugueses, em nome da inevitável austeridade, cuja responsabilidade é atribuída à crise económica e financeira, a CGTP-IN e a UGT não podiam deixar de se entender quanto à convergência na inevitável Greve Geral do próximo dia 24, pois os motivos para a luta são mais do que muitos. As centrais sindicais estão cientes de que a razão está do lado delas, até porque estudos de opinião referem que a maioria da população concorda com esta forma de luta, apesar de menos de 20% manifestar intenção de aderir à mesma. O que será que leva a esta discrepância? Por que razão uma greve inevitável não conduz à inevitabilidade da adesão à mesma? Será a falta de garantias, quanto a recuos do Governo, já que também admite que as inevitáveis medidas tomadas são duras, mas já tem o apoio parlamentar suficiente para as implementar? Ou será por já ter percebido que esta forma de pressão só poderá ser útil para avisar o futuro Governo de Portugal, já que o actual tem os dias contados, mas para tal ainda teremos novas eleições, onde esse sinal deverá ser dado de forma clara?

Mas, para além das dúvidas quanto à eficácia da inevitável Greve Geral, como protesto à invevitabilidade da austeridade, passe a redundância, ainda surge outra inevitabilidade: chamar o FMI para pôr ordem nas contas públicas portuguesas, pois o Centrão dos Interesses manifestamente não é capaz de cumprir esse desiderato.

Assim, perante tanta inevitabilidade, o que é que posso evitar como cidadão, trabalhador e patriota? Nas minhas mãos está apenas a decisão de aderir à Greve Geral, evitando que o País me pague mais um dia de salário...

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