Aproxima-se o fim do ano lectivo 2010/2011. Neste momento, já podemos, pois, destacar alguns sinais de excelência que o sistema educativo madeirense evidencia: rigor e exigência na avaliação dos alunos; consagração da autonomia financeira das escolas, que lhes permite reforçar os orçamentos com
dinheiro e consumíveis suficientes; e a revisão global do ECD-RAM em tempo recorde e de forma consensual.
Começando pelo rigor e exigência da avaliação dos alunos, os madeirenses podem ficar tranquilos com a excelência de medidas tomadas por responsáveis de estabelecimentos de ensino bem cotados no sistema educativo regional, designadamente ao pressionarem conselhos de turma a darem níveis positivos a alunos com mais de três negativas, incluindo as disciplinas de exame (Português e Matemática), para, assim, garantirem a transição destes para o 10.º ano, mesmo prevendo-se que venham a obter níveis insuficientes nas tais provas nacionais. Há relatos de alunos admitidos a exame que, sem pressões, iriam ficar retidos com cinco ou mais níveis finais insuficientes e até de docentes que souberam que as suas notas foram alteradas, sem seu conhecimento e consentimento. Sem dúvida que este indicador revela a elevada qualidade do nosso sistema educativo!... O Director de Turma e a Direcção Executiva é que são responsáveis pela avaliação dos alunos! Isto está bonito, está!...
Outro indicador, mais badalado, nos últimos dias, é o da autonomia financeira das escolas, que lhes tem permitido fazer alguma engenharia orçamental, recorrendo à figura do professor-benfeitor, ou seja, o docente patrocina a escola, levando, a expensas próprias, resmas de papel para imprimir testes e demais documentos para informação e estudo dos alunos, sem falar do papel higiénico e da utilização do telefone pessoal para contactar encarregados de educação... Assim se prova que a educação é, de facto, uma área estratégica para o desenvolvimento da RAM e que não compromete a concretização do Programa do Governo, nomeadamente as famosas obras megalómanas, nem o jackpot para a Assembleia Legislativa, que assegurará as jantaradas e a animação das campanhas eleitorais que se avizinham. Isso, sim, é o que se chama visão estratégica para o futuro da Madeira! É a excelência das nossas Excelências!
Os docentes que exercem funções na RAM têm ainda outras razões para continuar a aplaudir este excelentíssimo Governo Regional, em especial pela celeridade e consensualidade com que foi feita a revisão global do ECD-RAM, que, finalmente, vai determinar as futuras regras da avaliação de desempenho docente, logo sem o extraordinário e justíssimo modelo rectroactivo que pretendia dar eficácia ao famoso Bom administrativo, mas que apenas foi eficaz para alguns - os excelentes... Isto significa que, uma vez mais, os docentes madeirenses partem à frente dos colegas continentais, quando arrancar o próximo ano lectivo, pois já saberão com que regras vão ser avaliados: burocracia, burocracia e mais bur(r)ocracia, eis o fermento da excelência no desempenho docente...
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