domingo, maio 30, 2010

Que Rica Crise!


Como disse o outro, «Isto é que vai uma crise, hein!?». Adaptando esta afirmação aos dias de hoje, ela ficaria com a seguinte redacção: «Que rica crise!». Olhando e analisando o que se passa à nossa volta, facilmente concluimos que as dificuldades que muitos madeirenses e portugueses enfrentam, neste tempo de generalizada depressão económica e financeira, são merecidas e justíssimas. Senão vejamos.

Então, não é justo que se congele os aumentos salariais em nome de algo mais importante como a alta velocidade, o novo aeroporto e a terceira ponte sobre o Tejo?

E os sacrifícios pedidos pelos infindáveis PEC´s não se justificam perante a necessidade dos cofres do Estado estarem devidamente apetrechados para acorrer a falências bancárias como a do BPN?

Mas alguém tem dúvidas quanto à generosidade e alcence de medidas como o aumento do IVA, tendo em conta a urgência da recolha de fundos para fazer face às despesas com a visita papal e da imagem peregrina?

Em suma, quem é que não concorda com este apertar de cinto, mesmo que este já não tenha mais furos para segurar a fivela, quando é preciso arrecadar receita para fazer face às despesas de publicação do Jornal da Madeira - cerca de 4 milhões de eruros anuais -, de remodelação do Estádio dos Barreiros (perto de meia centena de milhões de euros) e do aluguer ao CS Marítimo do Estádio da Madeira (250.000 euros)?

Nós pagamos a crise com muito prazer, porque confiamos naqueles que nos colocaram nesta agradável situação. Mais: eles já estão a dar mostras de que sabem o que é pedir sacrifícios a todos. Se não fazem melhor é porque também precisam de cuidar do Futebol, de Fátima e do Fado (o nosso...).

quinta-feira, maio 06, 2010

As graças da imagem peregrina


A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima chegou à Madeira no dia 12 de Outubro e regressa na próxima semana ao seu Santuário, em vésperas das cerimónias do 13 de Maio, que contarão com a presença do polémico Papa Bento XVI. Antes da despedido da referida estátua, com um lencinho da «Recordação da Visita», comprado no mariano Jornal da Madeira, não podemos deixar de fazer um balanço dessa passagem pela Diocese de D. Carrilho, mais um membro da família Cavaco que arribou por cá para nos tratar da alma.
Se contabilizarmos todas as graças recebidas de tão importante imagem, durante esta peregrinação pela ilha, chegamos facilmente à conclusão de que são incalculáveis, infindáveis e inesquecíveis, incluindo a catástrofe do dia 20 de Fevereiro e o encontro proibido entre a Senhora de Fátima e a do Amparo, na paróquia da Ribeira Seca. É a sério. Esses acontecimentos, por incrível que pareça, também foram altamente abençoados pela referida estátua. Senão vejamos: apesar da imagem de Nossa Senhora do Monte ter sido levada pelas enxurradas que varreram o Largo das Babosas, espécie de perda do trono a favor da "cubana", este episódio também foi abençoado e simbólico, já que proporcionou o derrube de Jardim do seu pedestal anti-Rectângulo, rendendo-se humildemente ao engenhocas Socas. O episódio da Ribeira Seca também recebeu as graças marianas e, provavelmente jardinistas, pois possibilitou clarificar a dúvida que pairava na comunidade eclesiástica madeirense: seria D. Carrilho Cavaco capaz de pacificar o clero madeirense, resistindo às mordomias do poder? Agora está tudo claro e divertimo-nos imenso com a argumentação utilizada para justificar a não passagem da imagem pela Igreja do fugoso Pe. Martins - as negociações com o pároco da Ribeira Seca não foram bem sucedidas por uma questão de protagonismo: o cónego Manuel Martins não aceitou ficar numa posição subalterna na celebração da eucaristia!... Tudo o resto é asneira atrás de asneira, na tentativa vã de justificar o injustificável. E, no meio destas vaidades pessoais e interesses altamente edificantes da igreja católica madeirense, anda a imagem de um lado para o outro como uma bola de futebol, num jogo renhido entre Sporting e Belenenses de Machico. Tudo porque se trata de uma estátua. Mas, como disse o Pe. Martins Júnior, se fosse a verdadeira(!?) Nossa Senhora de Fátima, ela entraria onde quisesse.
Para a história ficará o obrigado dos madeirenses às graças proporcionadas pela passagem da imagem peregrina, num monumental aceno com o lencinho do J.M.. Da parte dos paroquianos da Ribeira Seca, ficará um ruidoso, revoltante e desprezível Adeus! Esta diocese ficará na mesma. A paz e o amor, que supostamente seriam o essencial da mensagem mariana esperada, não passaram disso mesmo: palavras vazias de conteúdo como os seus peregrinos, imagens e sombras de uma terra ainda nas trevas, na escuridão. A Lanterna continua, pois, à espera de quem a acenda... para que, em vez de imagens, o povo veja e descubra a realidade, a essência, a verdade!

Nota: foto retirada de: www.diocesedofunchal.pt/portal/index.php?opti...

segunda-feira, abril 19, 2010

Alegre a Presidente




Já se começa a falar de Eleições Presidenciais. Não sei se é porque precisamos de actos eleitorais para animar a vida política - agora cada vez mais monótona e sem "pica", sobretudo por culpa de Sócrates e Jardim, que enterraram o "machado de guerra" - ou porque já basta de cinzentões e hipócritas como Cavaco, num país tão depimido, corrupto e sem esperança como é Portugal. Talvez seja por ambas as razões.
Manuel Alegre representa a antítese deste país adiado, à espera de um líder corajoso, sonhador e defensor da liberdade e da justiça social.
Apoio novamente porque me revejo nos seus ideais e propostas para um Portugal mais democrático, solidário e ganhador dos desafios do futuro.
Para conhecer melhor os propósitos desta Candidatura e, eventualmente, apoiar, consulte http://www.manuelalegre.com/

domingo, abril 04, 2010

Pedofilia é vontade de Cristo


A Páscoa está irremediavelmente marcada pelas suspeitas de pedofilia no seio da Igreja Católica.
O próprio Papa é acusado de ter protegido um sacerdote americano muito "amigo" das criancinhas.
Na Madeira, voltam os rumores sobre alegados crimes de abuso de menores por parte de dois párocos.
Antes que este clima inquisitorial leve para a fogueira mais inocentes como o famoso Pe. Frederico, importa esclarecer que a pedofilia não é crime nem pecado, antes é um dever que os sacerdotes, os mensageiros da doutrina cristã, têm como obrigação seguir, pois limitam-se a fazer o mesmo que Cristo, quando disse «Deixai vir a mim as criancinhas» (Lucas 18,15-17).
Não foi esta a argumentação usada pelo Bispo (D)Emérito, o elemento do Clero madeirense que melhor soube lidar com este problema, aquando do escândalo com o seu Secretário, o Padre do Carocha, mas não deixou de ser oportuna a sua reaparição e, sobretudo, a eloquência evidenciada, designadamente ao considerar os padres tão potenciais pedófilos quanto os outros homens... O referido clérigo esqueceu-se, porém, de lembrar que os primeiros fazem votos de castidade enquanto os segundos não. São omissões naturais, atendendo ao peso da idade, certamente.
A breve trecho, não me admiraria que os pastores pedófilos venham manifestar publicamente a sua tendência caridosa, como fez um certo pároco madeirense que, nos anos 80, levou muito a sério a mensagem de Cristo, a ponto de não só pôr em prática o «Deixai vir a mim a criancinhas» como a levou ao extremo, trazendo duas delas de Cabo Verde para tê-las sempre ao dispor da sua imensa caridade. Apesar disso e uma vez que o seu coração era enorme, ainda tentou "conquistar", em vão, este inocente, que, desiludido com este e outros maus exemplos, fugiu do sacerdócio como o Diabo da Cruz...

segunda-feira, março 15, 2010

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segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Condolências aos Domadores da Natureza


Neste momento trágico que a Madeira vive, em que a intempérie e a irresponsabilidade dos homens transformaram a baixa do Funchal num cenário dantesco, autêntico calhau, cenário igualmente visível noutras localidades da costa sul, este é o momento de manifestarmos as nossas sentidas condolências aos Domadores da Natureza, em especial à auto-intitulada Pessoa Mais Importante desta terra, que há alguns anos atrás afirmou que a tinha dominado.

Este voto justifica-se, porque, depois do sucedido e dos ataques proferidos aos "arautos da desgraça", numa altura que deveria ser de convergência no combate ao problema, a exemplo do que fizeram os governantes, nacionais e regionais, não podemos ficar calados, quando, de facto, o "Rei vai nu".

A mão criminosa do homem ao permitir construções em zonas de risco, sobretudo nas linhas de água, por mais que se tente desculpabilizar, justificando tais irresponsabilidades com a força da Natureza, anteriomente considerada dominada, não pode passar impune! Muito menos a afirmação demagógica de que as canalizações das ribeiras impediram que o Funchal desaparecesse... Esses trabalhos, na verdade, não são do tempo desse Domador da Natureza. Da responsabilidade dele e demais comparsas são o afunilamento e cobertura das ribeiras, bem como de construções no leito das mesmass, como bombas de gasolina. Por isso está morto, politicamente! Compete a quem de direito encarregar-se do seu efectivo funeral. A não ser que queiram que ele continue ligado à máquina, até ver se a solidariedade nacional e internacional lhe proporciona uma nova capacidade regenerativa... embora seja justo que lhe seja aplicada a máxima "Cá se fazem, cá se pagam", o que pode acontecer obrigando-o a arranjar tudo o que rebentou ou contribuiu para a sua destruição, directa ou indirectamente.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

L.F.R.: Carnaval antecipado


Neste ano, o Carnaval começou mais cedo. Não me refiro à Festa dos Compadres, que ocorreu na data tradicional. Sim, é do verdadeiro Entrudo que falo. Das máscaras. Dos Trapalões. Das encenações. Das dramatizações e das malassadas com algodão e sonhos regados com fel em vez de mel. A Lei das Finanças Regionais foi a Rainha e o título de Rei do Carnaval 2010 foi atribuído ae-xequo a Socas e a Papadas. O povo assistiu deliciado e entusiasmado, aplaudindo o espectáculo com grande fervor e paixão. As horas que o sino do estômago assinalavam com forte ecoação, devido à fome que o desemprego trouxe e à destruição provocada pelo temporal, criaram um ambiente único para assinalar este acontecimento ímpar e singular da ficção carnavalesca madeirense.


A Rainha centrou propositadamente todas as atenções da opinião pública portuguesa. E não foi por ser algo de especial. Antes pelo contrário. Havia outras candidatas com melhores atributos como a do Orçamento de Estado, a da Dívida do Estado e da Madeira, a do Desemprego e a da Pobreza, só para referir algumas, mas desfilaram muito discretas porque assim determinaram Socas e Papadas, ao colocarem todo o enfoque na L.F.R. como forma de evitar que se olhasse para as outras "belezas", cujo brilho não convém apreciar, pois tem poderes anti-cegueira...


Como resultado desta encenação «servida à maneira/Como queijo numa ratoeira», a coroa corre o sério risco de não ser atribuída à vencedora, numa tentativa de prolongar o Carnaval por muito mais tempo, porque assim «ninguém leva a mal»...