terça-feira, junho 16, 2009

A recuperação do tempo de serviço


Aconteceu o imprevisto. A maioria par(a)lamentar da ALRAM surpreendeu os docentes e demais trabalhadores da administração pública regional ao permitir a recuperação do tempo de serviço "congelado", contrariando todas as melhores expectativas.


Na sessão plenária de hoje, foi apresentada e apreciada a Petição do SPM por parte dos grupos parlamentares. Na ocasião, o deputado-quase-não-docente, George Moreia, apresentou a posição do seu partido, dizendo que este concordava em absoluto com a justíssima reivindicação apresentada, em sinal de gratidão pela votação expressiva na sua força política, nas Europeias, em que os professores e funcionários públicos seguiram o sentido de voto da população em geral. Mais acrescentou que o seu partido sempre foi pela recuperação do tempo passado, o tal do «quero, posso e mando», também conhecido como Estado Novo, que é o equivalente a Madeira Nova.


Lembrou ainda o referido amicíssimo dos trabalhadores da administração pública regional que a maioria par(a)lamentar é fã dos versos imortais de António Mourão «Ó tempo, volta para trás, traz-me tudo o que eu perdi...». Daí a sua solidariedade com os peticionários, mesmo que isso implique meter na gaveta a autonomia, classificada pelo referido tribuno, como mentalidade subversiva e perigosa.


Quanto à operacionalização da recuperação do referido tempo de serviço, o par(a)lamentar explicou que o Governo Reinol iria adquirir a Máquina do Tempo, tecnologia avançada e testada no cimema com resultados espantosos, que garante a obtenção do mesmo de forma imediata, sem ter que andar com faseamentos como se verifica na Região Atrasada dos Açores.


A oposição contestou esta decisão do Grupo Par(a)lamentar do Pa-Pa-Deus, como é seu timbre, alegando que tal decisão pode trazer problemas de intercomunicabilidade e orçamentais, difíceis de compreender em tempos de crise.


Migeleia Unha-de-Fome, o famoso jornalista que, na véspera, na televisão ajardinada havia manifestado opinião contrária à que foi tomada na Assembleia Arregimentada, ao tomar conhecimento da decisão da maioria quando cobria em directo a referida sessão plenária, disse em altos berros que lamentava o que ia afirmar - «é uma hipocrisia social, um egoísmo lamentável» - mas que podiam contar com a sua mudança de opinião e consequente pedido de desculpas na semena seguinte.


Quem não se fez rogado com tamanha prenda de bom comportamento foi o SPM, que estava concentrado no exterior do edifício da Assembleia, com milhares de docentes. Assim que tomaram conhecimento da decisão da maioria par(a)lamentar, aprovaram uma moção de apoio e decidiram dar conferências de imprensa para agradecer a boa vontade do Pa-Pa-Deus, durante o mesmo número de dias que recuperaram (28 meses)...