terça-feira, junho 02, 2009

Confirma-se perigo de partidarização do SPM


A questão da partidarização do Sindicato dos Professores da Madeira, um dos temas mais polémicos da campanha eleitoral para os corpos gerentes da maior organização de classe dos docentes que exercem funções na RAM, afinal fazia todo o sentido, tendo em conta dados recentemente tornados públicos em que se prova que há ligações "perigosas" entre a candidatura socialista ao Parlamento Europeu e a actual Direcção do SPM.

Na verdade, na edicação de 26 do Maio do DIÁRIO, a notícia que aborda os nomes indicados pelo PS-M para a Comissão de Honra Nacional das "europeias", faz-se referência a duas figuras que integraram o projecto de continuidade encabeçado por Marília Azevedo. Referimo-nos a Humberto Fournier (músico), actual dirigente do SPM, e Adília Andrade, referenciada por Maria Adília Melo e apoiante assumida da actual Direcção, como se pode verificar na transcrição abaixo:


«A lista de elementos da comissão de honra também inclui elementos ligados à cultura, como Humberto Fournier (músico). Completam a lista Francisco Ribeiro (oficial de operações portuárias), João Bosco (médico), João Evangelista (empresário), Manuel Lira Caldeira (funcionário de finanças), Maria Adília Melo (professora), Paulo Santos (enfermeiro) e Pedro Costa Neves (médico).»


Esta notícia surpreendente demonstra que a "carapuça" do pergigo de partidarização que Marília Azevedo acusou a lista B de enfiar, perante as insinuações lançadas pela sua candidatura, corresponde, de facto, a uma precipitação de interpretação por parte dos seus opositores. Agora, ficámos a saber que a inistência dela na independência do SPM não era um recado para a lista B, mas tão-só um aviso para dentro da sua própria equipa como se constata.

Havia, de facto, razões para Marília Azevedo temer pela partidarização do SPM, ainda por cima quando tal decorre do apoio a Vital Moreira, figura muito contestada pelos docentes, devido a um conjunto de ideias polémicas que alegadamente defendeu contra estes, destacando-se as seguintes:


- Que não existe qualquer razão para que os professores não sejam avaliados para efeitos de progressão na carreira;


- Que os professores não gozam de direito de veto em relação às leis do país, nem podem auto-isentarem-se do seu cumprimento, pelo que não é aceitável qualquer posição que implique resistência à aplicação do actual modelo de avaliação;


- Que o governo não pode ceder às exigências dos professores, devendo antes abrir processos disciplinares a todos aqueles que ponham em causa a concretização da avaliação dos docentes tal como foi congeminada pelo Ministério da Educação;


- Que o governo, na batalha contra os professores, deve esforçar-se por chamar a si a opinião pública, isolando, desta forma, a classe docente.


Realmente, era caso para tamanho alarido...